Gerações

Uma avó, um neto e um grande desafio!

Martha e família vivem um turbilhão de emoções, expectativas, medos, fadiga e um imenso amor com a chegada do pequeno Enzo, seu neto
  • Entrevista com a enfermeira Martha Musa Magaldi

 

Ela é diretora da creche da Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo), onde trabalha há mais de 30 anos e reuniu grande experiência no trato com crianças. Enfermeira por formação, também já trabalhou na área de cirurgia cardíaca infantil, no Hospital das Clínicas da USP. Mas não podia imaginar o que ela e toda a família viveriam com a chegada do primeiro neto.

A enfermeira Martha Musa Magaldi, seu marido, o médico Antônio José Barros Magaldi, e toda a família vivem, nos últimos três anos, um desafio que é um turbilhão de emoções, expectativas, medos, fadiga e, ao mesmo tempo, um imenso amor e uma grande felicidade com a chegada do pequeno Enzo, seu neto.

Enzo nasceu com uma importante cardiopatia e luta bravamente por uma vida mais saudável. Já foi submetido a quatro cirurgias e espera pela quinta. Cada etapa vencida, uma vitória! 

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De vitória em vitória, o pequeno guerreiro vai construindo sua história de superação e trazendo felicidade e união à sua família. A rede de amor, cuidados, proteção e dedicação dos avós ajuda os pais e o menino a superarem as dificuldades.

Veja a seguir os principais trechos do relato da enfermeira Martha Musa Magaldi, com seu comovente e corajoso relato:

 

O choque da notícia

Depois de sete meses de preparativos para a primeira criança nova na família, o susto

“Nós passamos sete meses construindo essa gravidez, comprando coisas, era o primeiro neto, era o primeiro bisneto da minha mãe, o primeiro sobrinho-neto de todo mundo, era a primeira criança nova na família, uma família não muito grande, mas uma família com bastante gente, e seria a primeira criança que viria. E aí, quando foi em outubro, um mês antes de ele nascer, a gente ficou sabendo que ele tinha um problema grave, uma cardiopatia congênita importante, não é uma coisa pequena… Daí, foi um susto muito grande, um tristeza enorme, muito choro, muita aflição, mesmo eu sendo da área de saúde, o meu marido também, que é médico, e eu sou enfermeira, foi muito aflitivo aquilo tudo.”

 

Uma alegria, uma tristeza

Depois de tanta expectativa, é muito difícil não poder pegar o próprio neto no colo

“Daí, quando ele nasceu, foi outra alegria. Então, foi assim, uma alegria, uma tristeza e uma explosão muito grande de vários sentimentos no nascimento do Enzo. Ele foi operado logo. Quando ele nasceu, eu fiquei quase… depois, quando ele ficou na UTI, então foi um nascimento diferente também, porque ele ficou 15 dias direto na UTI, a gente não pôde pegar no colo, não pôde afagar, dar carinho, então, era uma experiência muito difícil, acho que pra família inteira. Meu marido, sendo médico, conseguia entrar na UTI, eu consegui, burlando algumas regras, ver duas vezes, por ser enfermeira. Burlando regra, vamos dizer assim, por ser enfermeira, me deixaram, abriram uma exceção. Mas é muito ruim você não poder pegar seu neto no colo. Tanto que você esperou, e você não consegue pegar ele no colo.”

 

Incerteza com as operações

A gente olha pra ele e não percebe, porque é um menino que brinca, que corre

“Como ele tem essa cardiopatia e é uma cardiopatia grave, ele vai ser operado outra vez, provavelmente na semana que vem, é sempre uma angústia muito grande, a gente não sabe o que vai acontecer. É abrir o coração, é ficar 10 horas numa mesa cirúrgica, uma criança de três anos, e que a gente olha pra ele e não percebe. Um menino que brinca, que corre, que é ativo, que é inteligente. Então , é uma situação difícil. Nós estamos, neste momento, uma angústia muito grande.”

 

O que o neto ensina

Vovó diz acreditar muito no paciente e na força que ele tem, e o Enzo tem força

“O Enzo é um parceiro incrível. Ele ensina a gente a brigar pela vida. Porque ele brigou pela vida nos quatro meses em que ele ficou internado. Ele brigou muito pela vida. Brigou o tempo inteiro. Lutou, lutou, lutou. A gente… muitas vezes eu achei que ele não ia conseguir. Ele foi lá e conseguiu. O que ele ensina pra gente é que a gente não pode desistir nunca. Nunca, nunca desistir, acreditar sempre que é possível. Eu sou da área da saúde, então eu acredito muito no bom médico, ele tem uma rede por traz dele muito grande, mas eu acredito muito no paciente e na força que ele tem. E o Enzo tem uma força muito grande, muito grande.

 

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Elisabete Junqueira

Publicitária e jornalista, fundadora e editora do portal avosidade, avó de Mateus, Sofia, Rafael, Natalia, Andrew, Thomas e Cecilia Marie

3 Comentários

  1. Martha, sou amiga da Iara, acredito que já tenha escutado sobre “As MENINAS da GV”, pois é, sou uma delas e no reencontro que tivemos depois de 32 anos, conhecemos a história do Enzo, e desde então torcemos pelo tratamento dele, e já percebemos que ele realmente é forte e tem o imenso amor da família com ele. Que Deus e os anjos abençoem o Enzo, a equipe do Dr. José Pedro, e toda a família.

  2. Sou uma mãe valente e uma avó muito covarde. Ler a entrevista da avó do Enzo é um sofrimento e uma lição – talvez uma catarse (abusando da palavra!). Martha, minha admiração pela força que você demonstra. Que os médicos sejam inspirados!

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