Saúde

A utilidade da longevidade

Henrique Noya, do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon: empenhado em criar o que ele chama de “cultura da longevidade” (*)

Novas iniciativas para facilitar a integração de gerações

Você sabe o significado da palavra “etarismo”? É a discriminação de pessoas com base na idade. Não importa qual idade, pois pode ser com crianças, com idosos, com adolescentes… utilidade

Discriminações à parte, elas são muitas e temos que aprender a combatê-las. Temos de buscar a melhor forma de convivência com todos.

No nosso caldeirão de novidades sem fim, eis que chega ao cotidiano dos brasileiros a tal longevidade. Gente velha sempre houve. Só que agora somos muitos.

Várias iniciativas vêm sendo criadas para facilitar a integração de gerações e proporcionar aos longevos oportunidades de trabalho, de lazer e de realização de seus sonhos.

“Quando a gente fala de longevidade, parece que é com o outro, alguém que envelheceu. Nunca é a gente, a gente não se sente ali. Mas, ao contrário, longevidade é uma grande conquista, vamos viver mais. Existe sim uma utilidade da longevidade.”

Quem diz isso é Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, que é hoje referência nacional na discussão dos impactos sociais e econômicos da longevidade.

Ele tem se empenhado em criar o que chama de “cultura da longevidade”, que significa preparar as pessoas de todas as gerações para a realidade do aumento da expectativa de vida.

O instituto não é tão longevo, só existe há quatro anos, mas é mantido pela seguradora mais longeva do país, a Mongeral Aegon, que comemorou 185 anos este mês com um evento no Rio de Janeiro.

Vida longa com responsabilidade utilidade

“Viver mais requer cuidados, requer desejos que podem ser realizados mais vezes, novos desejos. Vamos usar essa longevidade com responsabilidade. Vamos deixá-la útil e com qualidade”, acrescenta Noya.

Ele é formado em Economia e Direito, cursou pós-graduação em Administração e reúne todas essas expertises para enfrentar a discriminação etária: ajudar os longevos a se tornarem pessoas produtivas e com participação ativa na sociedade.

Noya também acredita que, em um ano eleição municipal, a discussão da longevidade vai pautar as agendas políticas.

“Como que as cidades brasileiras estão preparadas para essa longevidade? Como se pode corrigir aquilo que precisa para deixar a longevidade mais útil e prazerosa para todos? O Instituto da Longevidade quer trazer essa discussão de uma forma clara objetiva, com ações práticas.”

A questão é saber se as cidades estão preparadas para isso. “Queremos deixar as cidades com mais valor para quem está vivendo mais”, prossegue.

Sociedade do futuro utilidade

“Vejo como fundamental para uma sociedade do futuro que seja uma sociedade produtiva e criativa sem negar o que aprendeu no passado. Aproveitar a experiência dos longevos é essencial não só nas relações familiares mas nas relações profissionais.”

Ele explica que “não significa que as pessoas mais idosas estão sempre certas, mas elas já cometeram erros, e a ideia aqui é construir erros novos juntos e acertos mais importantes, evitando os erros do passado”.

“Para construir uma sociedade mais justa, vemos com o maior interesse promover esse tipo de diálogo entre gerações. Aqui no Instituto de Longevidade uma das nossas funções é justamente promover esse convívio intergeracional”, acrescenta.

“A intergeracionalidade é a possibilidade de harmonia e troca de experiência entre todas as gerações, que todo mundo possa viver mais e melhor, não importa a idade que cada pessoa tenha naquele momento”, afirma Noya.
(*) Foto de Luciana Whitaker

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Elisabete Junqueira

Publicitária e jornalista, fundadora e editora do portal avosidade, avó de Mateus, Sofia, Rafael, Natalia, Andrew, Thomas e Cecilia Marie

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