Diversão

Seis livros infanto-juvenis sobre avós

Na fictícia cidade de Caramujos, a autora eterniza em livro as lembranças do avô, que era um boa-pinta, pé-de-valsa, orgulho dos netos

● Dica para avós com netos pequenos ou grandinhos

► A figura dos avós nos livros infantis e juvenis costuma estar relacionada com sabedoria, delicadeza ou memória.

São personagens que representam o passar do tempo e o elo com o passado, sejam como pontes com a história pessoal de cada um ou até com a trajetória de povos ou do País.

Selecionamos seis obras em que essa figura aparece como protagonista. Lembrou de outra? Escreva pro avosidade.

Pouco É Muito

Ana Lasevicius

Ilustrações de Ionit Zilberman

Um garoto e seu avô são os personagens dessa história, um antigo conto judeu que a escritora Ana Lasevicius adaptou para crianças. A narrativa acontece em torno de um cobertor que o alfaiate faz para o neto, mas que vai ficando velho e passa por transformações ao longo do tempo.

Lançada pela editora Nós em 2016, a obra ainda tem como atrativos os desenhos em nanquim da artista Ionit Zilberman e o projeto gráfico ousado. Quando a capa é aberta, o leitor depara-se com dois livros. Um para ser folheado para a direita, com as ilustrações. Outro com o texto para ser folheado da direita para a esquerda, como na tradição hebraica. Ótimo para ler junto com as crianças.

A Cinderela das Bonecas

Ruth Rocha

Ilustrações de Mariana Massarani

Aqui é uma vovó a responsável por dar soluções criativas às situações adversas. Na história lançada pela editora Fábula em 2011, o problema é com a boneca da garota Mariana, que está velha e não pode participar do encontro de bonecas da vizinhança.

Ruth Rocha confessa que esta personagem divertida é uma espécie de alter ego dela. A avó da ficção é uma boa contadora de histórias, mas sempre confunde as fábulas e mistura os finais, para deleite das crianças. (Leia entrevista com a autora, no canal vo fala >>> http://avosidade.com.br/ruth-rocha-crianca-gosta-de-graca-e-de-emocao/)

Livros
A Horta do Vovô Manduca

Débora Rubin

Ilustrações de Fabiana Salomão

A jornalista e escritora Débora Rubim pinçou da memória as lembranças no município de Conchas, em São Paulo, e as colocou na fictícia cidade de Caramujos, com outras adaptações. Criou, assim, um livro infantil e um delicado réquiem para o avô.

Manduca é um boa-pinta. Alfaiate, pé-de-valsa, pacífico, orgulho dos netos. Mas não é eterno… Se na vida real ele é perene dentro de um livro, com os traços vibrantes da Fabiana Salomão, na narração a família também descobre um jeito de manter seus propósitos presentes.

Meu Avô Africano

Carmen Lucia Campos

Ilustrações de Laurent Cardon

A escritora Carmen Lucia Campos não conheceu nenhum de seus avós, mas resolveu isso inventando um como gostaria de ter tido. Na história, o avô Zinho ajuda o neto Vitor Iori em um trabalho para a escola – ele precisa contar para a turma a origem do seu nome.

Com uma narrativa intimista, o livro infantil ajuda a contar a história dos descendentes africanos no Brasil. Para quem se interessar, a coleção sobre imigrantes da Panda Books tem ainda títulos com avô japonês, grego, italiano, chinês…

Histórias de Avô e Avó

Artur Nestrovski

Ilustrações de Maria Eugenia

Este é um infanto-juvenil. Nestrovski, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), publicou, em 1998, suas lembranças de família relacionadas aos avós: o ábaco que o vô Felipe usava na sua loja de tecidos ou o carro que comprou sem saber dirigir, por exemplo. Conta também como ganhou o primeiro livro, do vô Maurício, ou como os bolinhos de peixe da vó Póli reuniam a família nas festas judaicas.

As crônicas lançadas pela Companhia das Letrinhas acabam trazendo muitas reminiscências da cultura e imigração judaica no Brasil, já que o autor é descendente de judeus russos.

Bisa Bia, Bisa Bel

Ana Maria Machado

Ilustrações de Mariana Newlands

Uma garota encontra o retrato de sua bisavó, que conheceu quando era pequena, e começa a imaginar um diálogo com ela. Até que uma terceira personagem entra na história, que trata da passagem do tempo.

Quando escreveu este clássico juvenil, em 1981, Ana Maria Machado sentia muita saudade das avós. O livro para adolescentes ganhou o prêmio Jabuti em 1983 e está na terceira edição, pela editora Salamandra.

 

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Jorge Luiz de Souza

Jornalista, editor do portal avosidade e avô de Mateus, Sofia, Rafael, Natalia, Andrew, Thomas e Cecilia

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