Comportamento

Dra. Elizabeth Monteiro: Como passar sem brigas as festas de final de ano

A autora tem longa experiência com crianças, pais e avós que atende em seu consultório, e experiência própria com seus 4 filhos e 6 netos

● Palavra de especialista

► A vida retribui e transfere aquilo que nós lhe oferecemos. Einstein costumava comparar a vida a uma bola que atiramos à parede. Se a atiramos com força, ela volta com força. E se a atiramos devagar, ela volta devagar. Se a atiramos sem força, ela pode não voltar. Festas.

Nós temos de ser diferentes avós com os diferentes netos. Devemos jogar bolas com diferentes cores e tamanhos e com variada intensidade, para que elas voltem na medida certa. Os filhos? Ah! Os nossos filhos… As bolas que atiramos (quando eles crescem e têm a sua própria família) devem ser muito bem medidas: Se a atirarmos com muita força, podem voltar e nos derrubar. Se quiser ter harmonia na família, é preciso lembrar que eles, filhos, já cresceram e que você não é a mãe dos seus netos.

Por que digo isso?

Digo por que quero falar das festas de final de ano. Você já reparou o quanto muitas famílias transformam esses momentos em um verdadeiro inferno?

Inferno? Como assim?

Inferno quando você se mantém dependente e apegada aos filhos.

Capa livro A Culpa

Sim, inferno… Quando você resolve que os seus filhos e netos obrigatoriamente TÊM de passar as festas com você, se esquecendo de que eles possuem a sua própria família, os seus próprios amigos, desejos e necessidades.

Você deve deixá-los à vontade para decidir onde e com quem querem festejar.

Acontece que existem avós que, na sua carência afetiva ou necessidade de manter o poder sobre a família, mantêm as pessoas presas a si: Exigem visitas semanais, presença nos eventos e nas festas, fazendo com que os filhos e suas famílias não possam fazer outra coisa na vida além de “bater o cartão” em suas casas.

Dividir o casal festas

Uma das piores coisas, para um casal, é ter de se dividir nestas festas. Vou falar das festas de Natal e Réveillon. Geralmente, a mulher quer passar as festas com a sua família e o homem com a família dele. Aí começa a confusão e, para não desagradar ninguém nem se sentirem culpados, o casal passa as festas entre uma casa e outra, na rua ou na estrada.

Eu já dei a carta de alforria para os meus filhos. Chega esta época, digo:

– Não quero ninguém fazendo sacrifícios e arriscando a vida para estar comigo. Passem as festas onde quiserem. Vão viajar, vão para a casa de quem quiserem, mas não fiquem zanzando de lá pra cá, porque não quero estresse. Para reunir a família e satisfazer a todos, faço um pré-Natal em casa, uma ou duas semanas antes do Natal. E assim, eu fico livre para ir aonde quiser e eles, livres, até para aproveitar as férias com as suas famílias.

Se você fizer da sua família a sua única fonte de prazer, perderá os seus amigos e os seus prazeres. Pode se transformar em uma pessoa aborrecida, deprimida e alienada. Se você não aprender a se desapegar deles, não permitirá que eles sejam independentes e consequentemente se tornará um fardo a ser carregado para o resto da vida. É isto o que você quer? Pois saiba que tem filho por aí que não vê a hora de a mãe morrer para se livrar dos compromissos, das obrigações e das visitas agendadas…

Se você sabe se relacionar, viver e deixar que os outros vivam, se tem uma boa educação, não terá problemas com ninguém.

A política da boa vizinhança faz milagres! Aprenda isso se quiser ter uma família harmônica e feliz.

E mais

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. 
 
Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. 

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Dra. Elizabeth Monteiro

Psicóloga e psicopedagoga, especialista em relacionamento entre filhos, pais e avós, autora dos livros “Criando Filhos em Tempos Difíceis”, “A Culpa É da Mãe”, “Cadê… o Pai Dessa Criança?” e “Avós e Sogras – Dilemas e Delícias da Família Moderna”; tem quatro filhos e seis netos, e escreve com frequência no portal avosidade

4 Comentários

  1. Nasci e fui criado numa família evangélica, cresci achando que eu era um erro pelo que sentia. Os anos se passaram e eu me casei, tive 4 filhos, mas nunca fui feliz com a mãe dos meus filhos. Fiquei casado por 14 anos e fui fiel. Depois me separei e resolvi viver o que sinto, tirando um peso de dentro de mim e ser feliz sem me preocupar com o que os outros acham ou deixam de achar. Hoje convivo com uma pessoa que me faz feliz e quanto aos meus filhos nunca deixei de ser um pai presente pois eles são bênçãos de Deus pra minha vida. Quanto ao Natal, a família irá se reunir na casa de meus pais e eu disse à minha mãe que eu iria, mas que levaria meu companheiro pq não iria deixá-lo passar o Natal sozinho. Minha mãe respondeu que, se fosse assim, eu não precisaria ir pq ela não aceita. Se fosse uma outra mulher tudo bem, mas homem, não. Aí eu pergunto: cadê o amor de uma pessoa cristã? Por que o evangélico tem que julgar e até excluir? Eu gostaria muito que minha família aceitasse a minha felicidade. Pois a família do meu companheiro gosta de mim. Sinto-me excluído dos eventos familiares por eles não aceitarem eu ser gay.

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