Comportamento

Dra. Elizabeth Monteiro: Quando os pais se separam

A autora tem longa experiência com crianças, pais e avós, sogras e noras que atende em seu consultório, além da convivência com seus 4 filhos e 6 netos

● Palavra de especialista

► O divórcio pode provocar mais estresse do que a morte de um ente querido. Ver um casal se separar traz muita dor para todos, principalmente quando os cônjuges que se separam tornam-se cruéis um com o outro e são alimentados pela raiva e vingança.

As crianças sofrem. Elas costumam se sentir responsáveis pela separação dos pais. É preciso lhes assegurar que elas não têm culpa nenhuma. Os avós não devem tomar partido e precisam se esforçar ao máximo para manter o respeito, a cooperação e a comunicação com a casal.

Um grande perigo para filhos e netos quando o divórcio acontece é a alienação que podem sofrer por parte dos pais e dos avós. Saiba que nunca se deve destruir a imagem das pessoas que a criança gosta. Isso é considerado crime.

Então, embora você possa odiar a família do seu ex-genro ou da sua ex-nora, controle-se e não emita julgamento. Você não tem esse direito. Se essas pessoas não prestam, seu neto poderá constatar isso ao longo da vida e tirar as suas próprias conclusões.

Seguem alguns princípios que levam a um relacionamento familiar saudável:

  • Não culpe ninguém pelas coisas que acontecem.
  • As relações precisam de manutenção constante e devem ser prioridade na vida.
  • Imagine sempre o melhor do outro.
  • Comunique-se com clareza. Escute o outro. Não reaja agredindo e não dê respostas impulsivas.
  • Não quebre a confiança que o seu neto deposita em você. Não seja desonesto(a). Não tome partidos.
  • Faça aos outros o que deseja que façam a você e não faça a ninguém o que não deseja que lhe seja feito.
  • Haja sempre de maneira polida. A polidez não significa amor e admiração, mas apenas respeito e cortesia.
  • Lembre-se: o seu neto já está sofrendo muito com a separação. Você não precisa piorar essa situação instigando-o a tomar partido.

Viver não é nada fácil! Manter uma família unida e feliz (mesmo que separada) é uma tarefa hercúlea.

Aprender a se calar é doloroso, mas necessário. Fique por perto, oferecendo apoio. Aprenda que toda história tem três lados: o lado de um, o lado do outro e o LADO VERDADEIRO.

Por outro lado, aprenda a ouvir. Saber ouvir é coisa rara! Isso transformará você em uma pessoa sábia, menos reativa, menos impulsiva, mais relaxada – assim você será mais calma, acolhedora, generosa e respeitada.

“É do silêncio que nasce o ouvir”. Ouvir atentamente é preciso. Afinal é a nossa cabeça que transforma o mal em bem, torna miserável ou feliz, rico ou pobre.

A casa da avó deve ser um território livre, onde reine a paz, a aceitação e a união de todos, independentemente do relacionamento ou do estado civil dos pais dos netos.

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Dra. Elizabeth Monteiro

Psicóloga e psicopedagoga, especialista em relacionamento entre filhos, pais e avós, autora dos livros “Criando Filhos em Tempos Difíceis”, “A Culpa É da Mãe”, “Cadê… o Pai Dessa Criança?” e “Avós e Sogras – Dilemas e Delícias da Família Moderna”; tem quatro filhos e seis netos, e escreve com frequência no portal avosidade

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