Lila, a avó que tecia colchas de retalhos
● ● Lembranças dos sábios conselhos, as palavras fartas, as estórias
► Paula, Laura, Julia… menina! Você aí, menina! Ajude a vovó aqui – dizia vovó Lila no auge da confusão com os nomes dos seus 13 netos.
Eterna Liloca querida que hoje queremos homenagear, contemplava carinho em seus cabelos brancos, um profundo olhar de sabedoria, rugas na fronte e na face, sinais da experiência e memória de tantos anos vividos.
Ela tinha luz própria. Luz que iluminava qualquer pessoa com seu sorriso farto, com sua voz suave e calmante, com suas crises de riso. Luz que mesmo de longe nos transmitia uma energia tão boa que, mesmo sem vê-la, conseguíamos enxergar seu brilho.
Que bom era poder formar uma roda para ouvir com atenção os seus sábios conselhos, as palavras fartas, as estórias infantis, as cantigas de criança. Permitir-nos acompanhar com ternura seus passos lentos, algumas vezes trôpegos, mas cheios da sabedoria que a vida lhes ensinou.
Como não rir?
Como não rir de “ai, me despele devagar, que dói, dói, dói; ai, que tenho filhos, que dói, dói, dói”? Ou do “preguicinha, queres pão, quero sim, se me dão…”?
Ser a vovó Lila era como fazer uma colcha de retalhos. Só ela era capaz de juntar pedaço por pedaço de cada neto, de cada filho, todos de tamanhos diferentes, de cores diferentes, mas sempre de cores vivas, alegres, cheias de vida e transformando aqueles pequenos retalhos num ato de amor, mesmo que cada um tenha estilo próprio.
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Ser a vovó Lila era como fazer uma colcha de retalhos. Só ela era capaz de juntar pedaço por pedaço de cada neto, de cada filho, todos de tamanhos diferentes, de cores diferentes, mas sempre de cores vivas, alegres, cheias de vida e transformando aqueles pequenos retalhos num ato de amor, mesmo que cada um tenha estilo próprio.
As facetas de Lila
Para mim, era a “vovica”, que me ligava em todos os meus aniversários, exatamente na hora em que nasci…
Para a Laura, era a representatividade da sabedoria, uma observadora nata.
Para o Renato, uma curadora cujo melhor remédio eram livros de colorir e ligar pontos.
Para a Luiza, era o clarão de uma fogueira, colocando movimento e energia em tudo o que fazia.
Para a Carol, era a melhor cliente das suas massagens nos pés pequeninos e rechonchudos.
Para o Gabriel, era a vó arteira, tiradora de sarro, que gostava da bagunça dos netos, mesmo que não pudesse demonstrar isso para o vovô.
Para a Juliana, era o pote de doçura misturado com sua esperteza e brincadeiras “malvadas”, como pedir para chupar um limão em troca de algumas moedas.
Para o Ale, era a mão confortante em sua cabeça na hora de dormir… Vovó salpicava uma espécie de pó de estrelas sobre nossas vidas…
L de lilás
Era ela, Lila, que seguia com harmonia as estrofes da vida. Era ela, Lila, que servia quitutes com gosto de simplicidade e de delicadeza. Era ela, Lila, que encarava a vida com olhos de otimismo e leveza. Era ela, Lila, que nos ensinou a ser felizes. Era ela, Lila, que queria tanto uma bisneta, que derramou o pote da felicidade em cima dela.
Bisneta essa que transborda e carrega hoje sua luz, e a missão de levar seus ensinamentos, união, sorrisos e gargalhadas para todos ao seu redor.
Era L de Lila, de lilás, sua cor favorita. Cor essa que vai nos purificar, inspirar e curar muitos por aí. Vá Lila, vá Lilar por aí. Vovô te espera de braços abertos, dizendo “eu te amo” em todas as línguas que ele conhece.
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Aí, Paulinha. Você ilustrou tão bem nossa vovó inesquecível. Gratidão por isso.
Lindo texto. Gostei mesmo.