Gerações

A mágica da vida

A autora com os três netos: "Não tinha me dado conta que a vinda de um neto afetaria o meu olhar e amor para as outras pessoas também"

● Emoção de ver o filho olhar o próprio filho e a mãe se tornar bisavó

 Em uma manhã de setembro me tornei avó. Estava esperando este dia por 9 meses e ficava imaginando como seria. E então já tinha certo que o amor pela criança estava presente mesmo antes de pegá-la no colo, olhar nos seus olhos, sentir seu cheiro e escutar seus barulhinhos. Imaginei muita coisa, sonhei com passeios e viagens que faria com o meu neto e, assim, muito mais. mágica

Mas o que eu não tinha me dado conta é que a vinda dele seria tão transformadora que afetaria o meu olhar e amor para as outras pessoas também.

A primeira surpresa foi ver meu filho olhando seu próprio filho. Tive naquele momento a compreensão que o pai do meu neto tinha entrado em outra dimensão da vida e que nunca mais seria o mesmo. Estava tatuado para o resto da vida – tinha se tornado pai. O olhar dele para o bebê que segurava no colo era tão terno e tão amoroso no momento que ele apresentava o seu filho dizendo:

– “Olhem o Pedro!”

Depois veio a emoção de ver a minha mãe se tornar bisavó. A avó espetacular que sempre foi cedeu lugar para a bisavó e ela se sentia muito abençoada e feliz. Pude então ter a dimensão do elo da vida – a felicidade dela era também por mim e pelo seu neto. O amor transcende e se agiganta. É, por assim dizer, a mágica da vida contaminada com o novo.

Novos papéis, mais amor mágica

E assim foi… fiquei observando o meu neto e seu efeito nos outros, tantos novos papéis sendo assumidos. Uma mãe nascia na minha nora. Uma tia que surgia na minha filha. Um avô no meu marido. Uma tia-avó na minha irmã. Em resumo, um sem fim de um magnífico novo, como a chuva na terra seca e uma cascata fria no dia de calor.

Amei ainda mais meu marido observando o Pedro e ele procurarem sapo com uma lanterna em uma noite escura. Senti um quentinho no coração vendo minha mãe tocar piano para o bisneto ou ainda recitar uma poesia na escola dele. Adorei ver minha filha, tia amorosa, deitada no chão e rolando com o Pedro.

Achei que assim eu estava completa.  E já tinha experimentado o amor transcendental e, por tolice, imaginei que não viveria emoção tão forte. Ah… mas a vida pode apresentar mais recomeços. Quatro anos depois, revivi todas estas emoções com a Joana, e, mais quatro anos depois, com o José. Agora já sei: quantos netos eu tiver, tantas vezes vou viver tudo de novo.

Hoje, entre as tantas coisas que assumi na vida – trabalhar para um mundo mais justo, aprender a fazer biscoitos e bolos de chocolate, assim como aprender a pintar aquarela, ou bordar –, nada é mais encantador do que estar ao lado deles, simplesmente pelo prazer de ser avó.

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