Gerações

Aprendendo a ser avó…

A autora com o neto Rafael, de quase 2 anos: “hoje sou uma avó diferente, com mais habilidade na relação com todas as pessoas da família”

► Quando lançamos o site avosidade, há um ano, no Dia dos Avós, tínhamos o propósito de trocar informações sobre as delícias e os dilemas de ser avó e avô. Fizemos muitas pesquisas e descobrimos que havia muitos “manuais” para mães e pais sobre bebês, educação e nutrição infantil (só no Brasil, são mais de 500 publicações desse tipo), mas não havia um só “manual de avó”. Muito frustrante para quem estava aprendendo a ser avó.

Há sempre mudanças na dinâmica das famílias de uma geração para outra. E, em duas gerações, mais ainda. Tudo mudou de forma até radical nas últimas décadas. Como pode, quem é avó de primeira viagem, aproveitar a delícia de ter netos sem cometer gafes ou causar embaraços familiares?

Já nas primeiras reuniões para definir a linha editorial do projeto do site, percebemos que seria uma empreitada cheia de surpresas. Escrever e contar sobre os sentimentos das pessoas, em uma etapa tão especial da vida, é uma tarefa desafiadora e extremamente delicada.

Depois de tantos anos trabalhando em comunicação e marketing empresarial, me considerava uma pessoa experiente, mas senti um aperto no coração logo na primeira entrevista que fizemos. E vi depois que em todas as entrevistas há invariavelmente momentos que nos emocionam, porque assim são as histórias das pessoas em seus relacionamentos mais caros.

Artigo após artigo, entrevista após entrevista, matéria após matéria, nosso horizonte foi se ampliando. Reunimos em um mesmo ambiente um leque impressionante de informações, sentimentos, aconselhamentos de especialistas das áreas de psicologia, saúde e nutrição, dicas de cultura, de passeios e de brincadeiras… A cada dia, percebemos que há muitas histórias para contar e muita coisa para ser feita.

Hoje sou uma avó diferente, com mais habilidade na relação com todas as pessoas da família. Aprendi com os meus entrevistados e articulistas sobre muitas coisas que não atinaria se não estivesse fazendo este projeto.

A sinceridade e emoção de muitos avós, às vezes até mal interpretadas, revelam uma coisa que só a maturidade nos traz: honestidade com os próprios sentimentos e a noção dos próprios limites. Isso se manifesta na imensa vontade da ajudar os filhos em uma tarefa que pertence a eles, e não aos avós, que é a educação das crianças. Nessa tarefa, somos coadjuvantes, mas nosso papel fica mais importante se entendermos qual é a nossa posição nesta relação.

E os netos no avosidade? Afinal, todos somos netos, e também há no site um lugar para os netos se manifestarem. Tivemos fabulosos aprendizados com jovens que compartilharam pelo site suas experiências com seus avós, a influência que eles tiveram com seus ensinamentos, seu exemplo ou mesmo apenas com seu acolhimento.

Mas, sobretudo, aprendi com os nossos leitores, nosso querido público. Cada avó, avô ou neto que se sente representado, ajudado, estimulado, gratificado, tocado com as nossas publicações, deu um grande sentido ao trabalho que agora faz um ano. E o primeiro aniversário é sempre um momento especial na vida de todos, mesmo para nós que temos a pretensão de ser o site mais maduro da internet.

O avosidade é feito por pessoas e para as pessoas. Portanto, deixo aqui o nosso convite para que todos participem da publicação. Não importa da forma de se expressar: conte uma história, mande uma foto ou um vídeo. Acredite, será importante para alguém, aliás, para muitas pessoas!

 

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Elisabete Junqueira

Publicitária e jornalista, fundadora e editora do portal avosidade, avó de Mateus, Sofia, Rafael, Natalia, Andrew, Thomas e Cecilia Marie

2 Comentários

  1. Como posso contribuir com textos para o site? Hoje tenho quatro netos. Escrevi diálogos hipotéticos com minha netinha (hoje ela tem cinco anos de idade) antes de ela nascer. Gostaria muito de vê-los publicados aqui. Aguardo. Abraço e obrigado.

  2. Adorei o nome avosidade! Já tinha um nome que era vovice, mas o avosidade expressa muito muito melhor porque o vovice lembra mais uma síndrome e ser avó ou avô é mais uma definição de uma relação do que uma “ice”né? Uma relação muito importante para ambos, netos e avós, e além deles, um respiro para os pais, uma nova relação deles com seus próprios pais.

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