Longevidade com intelectualidade
● ● O que fazer quando vem a percepção de que o futuro encolheu
► O céu está azul. Constato que, em muitas épocas da minha vida, não tinha tempo para observar o ritmo da natureza e as suas transformações... intelectualidade.
Eu não estava, então, em sintonia com o meu habitat; participava de uma corrida com viseiras, preocupada em alcançar objetivos, atingir metas, exigências prioritárias do contexto social competitivo onde estávamos inseridos: ter um bom emprego, uma boa casa, um bom carro, bons filhos, dar boa educação a esses filhos, encaminhá-los na vida, prover todas as necessidades da família e preparar uma aposentadoria confortável.
Eram objetivos com várias etapas e desdobramentos, cuja realização tomavam todo o meu tempo. A maioria deles demandava execução continuada e de longo prazo.
Chegou a aposentadoria, após 33 anos de trabalho na área de TI (Tecnologia da Informação), e não demorou muito para eu constatar que me encontrava diante de um vazio, logo eu, que me habituara a viver em função de metas, ou seja, sempre planejando o futuro.
Com os grandes objetivos atingidos, não mais era necessário construir casa, comprar carro novo; os filhos cresceram e passaram a se envolver na busca de boas carreiras profissionais.
Percebi que o futuro encolheu, o ponto de fuga da linha de perspectiva do meu horizonte ficou mais próximo.
Revolução na minha cabeça! intelectualidade
Em vez de viver em função do futuro, entendi que era preciso viver somente o dia de hoje. Os objetivos se pulverizaram e passaram a ter característica de resolução a curto e curtíssimo prazo.
Agora são 365 objetivos por ano. Um por dia, visando um bom dia e mais uma oportunidade de fazer coisas boas e construir lembranças para o futuro.
O meu próximo perdeu sua exclusividade de identidade e ganhou muitas caras diferentes. Cada dia tenho novos próximos a cultivar.
Voltei-me também para os outros, para ajudar terceiros, principalmente instituições de crianças necessitadas.
Tive de procurar e achar pequenas ações diárias gratificantes e um novo sentido para a minha vida.
Tive de descobrir que, para permanecer satisfeita, ativa e sentir-me jovem e feliz, era preciso namorar a vida, apaixonar-se por pequenas coisas diariamente.
Se não aceitar essa revolução mental, cai-se na situação de muitas pessoas da minha idade que, simplesmente, vão levando a vida, se decepcionando com a decadência progressiva da matéria e ficando amargas e cheias de reclamações.
Como disse Fernando Pessoa em uma das suas poesias: “…É o tempo de travessia: e, se não ousamos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos!”
Objetivo: artes intelectualidade
Essa revolução foi facilitada por dois grandes objetivos que nunca pude realizar por cuidar de outras prioridades: estudar técnicas de pintura e as artes plásticas de modo geral e escrever textos de gêneros literários diversos.
Por que escrever? Qual o objetivo? O que a literatura pode me proporcionar? Ora, simplesmente um maior conhecimento da humanidade, isso é claro. Sinto a necessidade de me expressar pela escrita.
Surpreende-me o que se pode fazer com a linguagem porque, como se sabe, o importante é como se escreve um tema e não propriamente o seu assunto. Conheci o Prisma, instituto basicamente dedicado a maiores de 50 anos, ligado ao Colégio Santa Maria, onde meus filhos estudaram.
Encontrei lá ótimos professores de literatura, todos formados pela USP, competentes e cativantes. Meu gosto literário desenvolveu-se e aprendi a escrever melhor. Tenho publicado livros de crônicas, contos, ensaios e de biografia, totalizando nove até agora.
É surpreendente o repertório que se acumula com a vida e como é prazeroso transferir trechos dele para o papel. Acho fantástico e estimulante reunir logicamente as palavras, retirando-as da mente e colocando-as a serviço da escrita.
Enriquecer o repertório intelectualidade
É um tesouro do qual tenho a compreensão, a responsabilidade e o profundo medo de ser incapaz de pinçar as palavras certas do meu “baú” mental, isto porque elas “deitam raízes na alma do leitor e na minha também. São capazes de despertar e fazer o leitor partir em busca do voo. Sei que passo o que sou entre sombras” (*).
Sei também que a linguagem é a ponte entre o pensamento e a ação.
Para enriquecer esse repertório nada mais oportuno do que aprofundar conhecimento filosófico. Paralelamente aos meus estudos literários estou também estudando filosofia.
Por quê? Porque a filosofia nos ajuda a desvendar os mistérios e histórias da nossa existência e a compreender a razão fundamental para tudo o que existe.
É importante para desenvolver o nosso autoconhecimento e para separar com clareza o inútil do útil em todas as áreas do conhecimento.
Só mais uma observação: quando me satisfaço com a minha escrita, o prazer que sinto atinge uma dimensão de plenitude tal como poucos outros prazeres são capazes de me dar.
(*) Carlos Felipe Moisés
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