Gerações

Sereia, embalando filhos e o neto Martin

Vovô Floreal se sente rejuvenescido com o primeiro neto Martin, mas desconfia que a música que canta, na verdade, embala a ele mesmo

● Pra quem é essa cantiga de ninar?

► Tenho 71 anos e meus cinco filhos (oriundos de três mães) somam 158 anos. O mais novo deles, o João (foto abaixo), tem apenas quatorze anos. Faz tempo que eu sabia que, de há muito, era tempo de eu ter me tornado avô.

Um amigo querido, ao me relatar recentemente férias passadas no Havaí com seus netos, me questionou: “E você, tem quantos?”. Ao ouvir que eu não tinha um único neto, ele brincou: “Mas você se esqueceu de dizer a seus filhos como se faz?”

Mesmo assim, não me perturbei, pois, a despeito da idade, ainda me sinto algo garotão, o que talvez explique minha dificuldade em permanecer num grupo de troca de experiências entre idosos para o qual o estimado consultor Gustavo Boog me convidou.

Fui diversas vezes, gostei de algumas coisas, desgostei de outras… e pulei fora. Me dou melhor em ambientes mais jovens. Pois tudo isso mudou quando, num almoço em casa, meu filho Chico e sua mulher, Vanessa, mostravam um comportamento cochichento e acabaram fazendo a revelação de que eu, em breve, me tornaria avô.

Bingo! Martin (com pronúncia Martim) nasceu pimpão e fagueiro no início de janeiro de 2017 e me trouxe um contentamento de um tipo que eu nunca havia sentido.

Pequeno Martin no colo do tio João, de 14 anos
Fantasia recorrente

Por exemplo, o nascimento do Martin avivou meu desejo de voltar a entoar de modo audível a canção “Sereia” com que embalei alguns dos meus filhos em muitos momentos felizes, ou nem tanto. Esta é uma fantasia recorrente (no fundo, tenho a desconfiança de que, ao cantá-la para mim mesmo, silenciosamente, como costumo fazer, estou embalando a mim mesmo).

Mas estou seguro de que Martin, na hora certa, vai tirar proveito disso. Com a vantagem de que, após quinze anos de prática em canto coral, fiquei um pouquinho mais afinado. A propósito, reproduzo abaixo a parte principal da extensa “Sereia”, no formato resumido com o qual a conheci, num show de Maria Bethânia, à época pouco mais que uma garotinha.

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Sereia

Eu morava na areia
Sereia, me mudei para o sertão.
Sereia, aprendi a namorar
Sereia, um aperto de mão, ô sereia.

Lá vem a chuva, sabiá
em beira mar, sabiá
Vai ver seu ninho, sabiá,
prá não molhar, xô, sabiá.

ʘ ʘ ʘ

Maria Bethânia canta um trecho de “Sereia”

ʘ ʘ ʘ

 

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3 Comentários

    1. Olá, Ivani,
      Muito obrigado pela leitura.
      Por favor, envie seu texto e fotos para “contato”avosidade.com.br”.
      Teremos imensa alegria de ver seu texto publicado.
      Abraços.

    2. Olá, Ivani,
      Muito obrigado pela leitura.
      Por favor, envie seu texto e fotos para “contato@avosidade.com.br”.
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