Alegria em dose dupla
● ● Ter gêmeos é comum nessa família, mas numa pandemia, não
► O novo coronavírus Sars-Cov-2, causador da ameaçadora Covid-19, teve exatos 102 anos, desde a gripe espanhola, para atacar. Mas foi escolher justo a minha hora de ser avó. Dose.
Não que não tivesse tido essa fantástica experiência antes. A brilhante, criativa, bem-humorada e maravilhosa Vitória nasceu em 2017 e a linda, fofinha e doce Joana em 2019.
Claro que parte de algum desses adjetivos são por conta do deslumbramento de quem teve de esperar pouco mais de 70 anos para sentir a emoção de conviver com as filhas das minhas filhas.
Mas os gêmeos Felipe e Gabriel, filhos da Flávia, chegaram em meio a essa pandemia, motivo de apreensão e ansiedade. Pior, longe de todos da família em uma maternidade que só admitia a presença do pai, o Frederico, como exige o atual protocolo.
O vazio causado pela distância dos netinhos só veio se somar à desolação de não contar com a companhia da Vitória, que antes da quarentena tinha o privilégio de ocasionalmente buscá-la na escola e trazê-la para minha casa.
Brincar, conversar, contar e ouvir suas histórias eram atividades obrigatórias. Sempre precedida, claro, de muita expectativa. Tudo era planejado com a participação do vovô.
Não podia preparar jantar, que era servido na escola e não se podia correr o risco de repetir a refeição, uma vez que a menina já estava suficientemente fofinha. Apenas um lanchinho frugal.
A lembrança desses momentos prazerosos enche e ao mesmo tempo parte o coração. Distanciamento ainda sem qualquer previsão de acabar. A desolação não é só nossa. Vitória que, segundo relatos dos pais, vira e mexe quer visitar os avós.
Nem mesmo dá para conversar pelo Zoom (vídeo conferência) porque a Vitória começa a chorar de saudades.
Acabou-se o que era doce Dose
Decepção ainda maior foi em relação aos planos que tínhamos feito para a Joana. Tudo parecia perfeito. Com a volta da mãe ao trabalho, após os seis meses de licença maternidade, minha segunda neta ficaria sob minha supervisão durante o dia, com a ajuda de uma babá.
Uma alegria! Pena que foram por poucos meses. Com o início da quarentena, acabou-se o que era doce.
A ameaça desse vírus e a condição de risco imposta à população idosa, não havia alternativa. Mesmo porque os escritórios se esvaziaram. Pais, mães, tios, enfim, boa parte da força de trabalho recolheu-se ao home office.
E o confinamento dos filhos, um desafio adicional. Um misto de alegria e decepção foi o sentimento proporcionado com a chegada de Gabriel e Felipe. Nascimento duplo não chega a ser novidade na família, uma vez que as mães da Vitória e da Joana também são gêmeas – respectivamente a Fernanda e a Beatriz.
Mas tudo fica diferente em meio a uma pandemia. Até quando? Vovó não vê a hora de poder abraçar, apertar, morder, conversar, ninar, cantar para esses bebês tão fofinhos.
Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.
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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.
E mais… Dose
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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.
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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.
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Que texto lindo!! E que netos mais lindos que você tem…