Gerações

Avós e o coronavírus

A prudência, o amor de avós, enfim, nos obriga a ficar quietinhos em nosso isolamento e desfrutar apenas de encontros virtuais

Depois da pandemia que nos separa virá um pandemônio delicioso

Cá estamos, prudentemente, sofrendo fechados em casa por causa do coronavírus. Porém, um outro sofrimento nos aflige: a falta de contato físico com nossos netos.

Ah, como a casa fica vazia sem esses bebês, crianças e jovens que os preenchem! 1Sem o seu alarido; 2sem os seus abraços e beijos; 3sem que possamos sentir o contato com esses amorosos corpos que são a própria projeção de nossa vida; 4sem a radiosidade das netas e netos, que torna a quarentena quase insuportável.

Mas sabemos que nosso infinito amor pelos netos inclui a responsabilidade. Nossa paixão pelos netos exige o completo afastamento, em benefício deles e de nós mesmos.

Manter distância, eis o necessário desafio a vencer.

Normalmente, a distância dos netos já é muito ruim. Para alguns, essa distância é pequena: um andar no próprio prédio; algumas ruas, no mesmo bairro ou no bairro vizinho.

Mas, se a distância se alonga, com netos que moram em outra cidade, outro estado, outro país, ela se torna torturante.

Os encontros físicos ficam mais preciosos. Quando acontecem, são o baú do tesouro aberto pelos avós como riquezas imensas em suas vidas.

Em tais momentos, há que compensar as ausências, com tantas histórias contadas, tantas perguntas e respostas e, sobretudo, tantos beijos e abraços – o que nos é vedado neste tempo de pandemia.

Saudade atenuada pelas imagens coronavírus

Mas, dirão vocês, caras avós, prezados avôzinhos, que hoje em dia a maravilha da Internet, com as redes sociais, encurtou imensamente essa distância.

A alguns toques nas teclas, de computadores, tablets ou smartphones, netas e netos se nos apresentam nas telas.

E a saudade provocada pela distância fica menor, atenuada pelas imagens que nos deliciam com sorrisos, gracinhas, conversas e todas as formas de amor e carinho possíveis, mesmo de longe.

Porém, caros amigos, nossos companheiros avós de quarentena, vocês hão de convir que nada substitui a presença física, quando até o suor dos netos e netas, quando interrompem sua correria para nos envolver com seus bracinhos, torna-se o perfume mais delicioso que existe. Isto as redes sociais não podem propiciar.

O cuidado, a prudência, o amor de avós, enfim, nos obriga a ficar quietinhos em nosso isolamento, dando graças aos céus por ainda podermos desfrutar de encontros virtuais.

Caros vovôs e vovós, quando a solidão do isolamento, ou mesmo o medo de que essa terrível Covid-19 possa nos afastar para sempre dos nossos netos, momentos em que uma solitária lágrima de saudade de nossas netas e netos insista em rolar por nossa face, não se deixem vencer pela angústia ou pela tristeza.

Saibam que tudo isso vai passar.

Quando o coronavírus for vencido, veremos que, em lugar da pandemia, teremos o delicioso pandemônio dos netos e netas reinando em nossas casas e nossas vidas.

Fiquemos, pois, em casa. É este, no momento pelo qual estamos passando, o melhor presente que podemos oferecer a nossos amados filhos, filhas, netas e netos.

Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.

Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.

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Jota Carino

Professor aposentado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com formação em sociologia e filosofia; é escritor e membro da Academia Fluminense de Letras, cadeira nº 20; tem vários livros publicados, de crônicas e de contos, e brevemente publicará seu primeiro livro de poesia

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