Gerações

Dividindo com meus avós a paixão por viajar

A autora em Nova York com o marido e os avós, quando ainda podiam viajar: “foi uma viagem que todos nós jamais iremos nos esquecer”

► Nasci em 1985, quando meus avós, Sergio e Cecilia, completavam 50 anos de idade. Fui a primeira neta entre sete privilegiados. Nessa época, eles já tinham percorrido o mundo. E não é exagero. Juntos, conheceram o Japão, a Tailândia, a Noruega e tantos outros países que naquela época não eram tão comuns.

Eu me lembro bem da época em que aguardava, ansiosa, a chegada deles de mais uma viagem. Eram novas histórias, novas comidas, novos presentes e novos sorrisos. Cresci ouvindo histórias sobre lugares e culturas. Até que um dia, eles nos presentearam com uma viagem inesquecível para a Disney e tomei gosto pela coisa.

Meu avô, Sergio Carbonari, nasceu para ser avô. Se por um lado ele foi um pai rigoroso, de personalidade dura, forte e marcante, como avô ele é o ser mais doce e apaixonante que pode existir. Hoje com 80 anos, joga tênis toda semana e é um craque. Adora uma boa comida e um bom restaurante.

É pai de uma lulu da pomerânia, a Laila, que ama mais que tudo na vida, mesmo nunca tendo gostado de cachorros pequenos. Ele tem uma mania de puxar os dedos do pé de qualquer pessoa que ama. E ainda é superligado em tecnologia. Mas de todas suas características, a que mais admiro, é o carinho que ele tem por minha avó.

A Cila, como ele a chama, é linda. Linda mesmo. Tem o mesmo rostinho de quando tinha seus 50 anos e não é exagero. Ela é uma artista e já fez quadros lindos. E faz pães e bolos como ninguém. Tem uma memória espetacular. Ela lembra o nome de ruas, pessoas e locais por onde já passou. Hoje convive com uma doença chata, que infelizmente tirou dela toda sua autonomia, mas que mantem viva todas suas recordações.

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São eles os meus melhores amigos. Juntos, frequentamos restaurantes, vamos ao cinema, passeamos por São Paulo, comemos pizza e damos risada. Sempre foi assim desde que era criança, mas acho que a chegada de Dani, meu marido, em minha vida, só fortaleceu esse laço. O Dani tem um coração enorme e adotou meus avós como seus amigos.

Em 2012, ano em que completamos nosso primeiro ano de casados, decidimos comemorar do jeito que mais gostamos: viajando. E com as pessoas mais especiais: nossos avós. Eu já havia viajado para alguns destinos com eles quando criança e, mais recentemente, para Las Vegas (sim, Las Vegas com meus avós e foi incrível), mas era a primeira vez do Dani e ele estava vibrando com a ideia.

Escolhemos Nova York como destino. Sergio e Cila já haviam visitado em algumas ocasiões, mas toparam na hora e ainda vestiram o uniforme de turistas como nós. Passamos também por Washington, que rendeu a eles boas lembranças de locais peculiares que já visitaram e a nós a possibilidade de conhecer lugares que não estariam no roteiro. Eles foram verdadeiros companheiros: juntos andamos quarteirões e quarteirões, fizemos compras e conhecemos novos bairros.

Eles nos presentearam com histórias maravilhosas sobre a cidade que já conheciam, e nós os presenteamos com novas sensações, como a de andar tranquilamente, e o tempo todo, de metrô pela cidade. Foi uma viagem incrível que todos nós jamais iremos nos esquecer.

Hoje, a doença de minha avó a impossibilita de viajar, mas fazemos questão de manter sempre viva as experiências que vivemos. Nossa última mais marcante foi para Brasília, onde conhecemos o Congresso e terminamos a noite num barzinho animado para beber cerveja.

Independentemente de viajar ou não, eles são nossa melhor companhia. São nossos melhores amigos!

 

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