
► A gripe não é uma doença comum e corriqueira. Ela traz riscos que vão além de febre e mal-estar, podendo afetar inclusive a saúde cardiovascular. Quando se pega gripe, se abre a porta para outras doenças entrarem.
Se a pessoa tiver, por exemplo, pressão alta e diabetes, como é comum em pessoas idosas, essas outras doenças se descontrolam.
Com o processo natural de envelhecimento do sistema imunológico, a chamada imunossenescência, as pessoas se tornam mais vulneráveis às complicações da doença, como pneumonias e insuficiência respiratória.
Estudos também indicam que já a partir de apenas 40 anos de idade, o risco de ataque cardíaco aumenta em dez vezes e o de AVC, em oito vezes após uma infecção pelo vírus influenza.
A campanha
O lançamento da campanha “Além da gripe: os riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza”, promovida pela Sanofi, teve a participação das médicas Maisa Kairalla, geriatra, e Rosana Richtmann, infectologista, além do cantor e apresentador Ronnie Von, Guillaume Pierart, da Sanofi, e a jornalista Adriana Bittar como moderadora.
A campanha tem como objetivo reforçar a vacinação para gripe, que em 2025 começa dia 7 de abril, especialmente para a população acima de 60 anos.
As taxas de imunização nesse grupo têm diminuído nos últimos anos, chegando a apenas 50% em 2024 e preocupando médicos e especialistas.
A vacinação é considerada a forma mais eficaz de reduzir complicações, internações e óbitos associados ao vírus influenza. O aumento no número de hospitalizações e morte tem ligação direta com a hesitação vacinal.
Em 2023, a Sanofi, líder mundial em vacinas contra a gripe, trouxe para o Brasil a primeira e única vacina quadrivalente de alta dose existente no mundo, projetada para oferecer maior proteção aos idosos contra a gripe.
A apresentação
Em sua apresentação, a Dra. Rosana relatou que a vacinação abranda os efeitos mais graves da influenza e alertou: o vírus é a porta de entrada para outras bactérias, por fragilizar o sistema imunológico dos pacientes.
Em muitos casos, disse ela, observa-se nos dias e meses subsequentes que muitos pacientes tendem a ter infarto do miocárdio e AVC (acidente vascular cerebral). Em outros casos, os pacientes apresentam mudança na funcionalidade mental. Existe um impacto cognitivo, aumentando o risco de demência.
Ronnie Von, de 81 anos, fez um detalhado testemunho do que aconteceu com ele por ter ficado dois anos sem se vacinar. Nesse período, ele contraiu o vírus H1N1 (vírus da gripe) por duas vezes e, no segundo episódio, a doença evoluiu para uma broncopneumonia viral.
Ele ficou internado por 10 dias na UTI. Por ser um paciente saudável, sem prévias comorbidades e com acesso a assistência média de alto padrão, a doença conseguiu ser controlada.
E confessou ter tido sequelas emocionais por ter passado por uma situação tão difícil.
As médicas presentes na apresentação da campanha afirmaram que ele teve “muita sorte” porque, na maioria dos casos, uma pessoa octogenária com broncopneumonia tem consequências muito sérias.
A Dra. Maisa fez uma revelação esclarecedora ao dizer que “muitos idosos não se sentem idosos e essa é uma das causas da resistência à vacina”.
A entrevista
Na entrevista que se seguiu ao lançamento da campanha, o avosidade perguntou aos participantes sobre a premência de as campanhas de vacinação se ajustarem às mudanças da população brasileira, dando maior atenção à população idosa.
Relembrou as campanhas feitas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) a partir da década de 1970, quando um dos grande problema de saúde pública era a mortalidade infantil, cujas estatísticas despencaram com a aplicação de vacinas nas crianças do nascimento até 1 ano de vida.
Dra. Rosana respondeu que “fazer a relação com o PNI é importante pela mudança existente no perfil da população brasileira”, acrescentando que essa conscientização é um trabalho coletivo entre profissionais de saúde, a população e as autoridades.
Guillaume Pierart, da Sanofi, alertou para a necessidade de percepção social sobre a importância das vacinas e a repetição todos os anos antes do início do inverno.
Dra. Maisa afirmou que “estamos avançando, mas estamos aquém da velocidade necessária” e disse que o país sofre com a escassez de médicos especializados. “Só existem 2.500 geriatras no Brasil”, revelou.
Ronnie Von, em seu comentário, mostrou otimismo quanto ao futuro. “Com este evento estamos subindo o primeiro degrau” de uma longa escada, disse, acrescentando que, a partir daí, “com a colaboração de todos, poderemos mudar esse cenário”.
Imagens: Junior Rosa/Fotos profissionais
▲ ▼ ▲
E mais…
Veja também no portal avŏsidade: