Câncer pode ser uma sentença de vida!
● A história de uma jovem e seu projeto exitoso de acolhimento
► Receber o diagnóstico de câncer é uma situação muito difícil e é um momento que ninguém esquece. É como uma sentença, diz uma jovem que foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin, aos 23 anos. “As pessoas que eu conhecia na clínica eram bem mais velhas do que eu, então eu não me reconhecia naquelas histórias”.
Da experiência pessoal de Flavia Maoli nasceu no Rio Grande do Sul o projeto Camaleão com a missão de promover a reinserção social das pessoas que enfrentam o câncer, por meio do fortalecimento da sua autoestima.
Se a doença a tornou uma pessoa, como ela mesma se intitula, “mais humana, mais preocupada em ajudar os outros, em compartilhar”, ela resolveu buscar a colaboração de voluntários entre pessoas que não precisaram sentir o problema tão de perto para fazer parte dessa jornada contra o câncer.
A Casa Camaleão surgiu como espaço físico com atividades gratuitas para pacientes, familiares e cuidadores. Todas as atividades são abertas para a família porque, segundo Flavia, a família enfrenta a doença junto. “O câncer não é uma doença de uma pessoa só e atinge as pessoas que estão ao redor, também.”
Com a pandemia, o projeto migrou os atendimentos para o formato virtual. “O que começou como um desafio acabou se tornando uma oportunidade, porque começamos a atender pessoas de vários lugares do Brasil e pessoas que estão em outros países, pacientes de várias realidades diferentes.”
Paciente não está sozinho
Os atendimentos incluem grupos terapêuticos para pacientes, grupos para familiares e cuidadores, grupos de apoio ao luto e também aulas de yoga, meditação, Reiki, consultoria de imagem, orientação nutricional e fisioterapia.
Flavia explica que o cardápio de atendimentos precisa ser variado “porque às vezes uma pessoa não está em condições de fazer uma atividade física, mas ela pode fazer uma aula de tricô, por exemplo”.
No caso de pacientes com mielofibrose, diz ela, “sabemos que é uma doença muito desafiadora, e às vezes esse paciente só precisa ver que ele não está sozinho”. E acrescenta: “as pessoas têm o direito de viver suas vidas até o último dia, independentemente de quando for esse último dia”.
Para contribuir com o projeto Camaleão há quatro formas principais: a primeira delas é doando o seu tempo; outra forma é a doação financeira; ou doando objetos para o brechó do projeto; e finalmente a quarta forma é divulgando para os pacientes, os familiares e cuidadores, e para pessoas que possam abraçar essa causa.
“Eu gosto muito de dizer que todo mundo tem uma causa. E a gente precisa achar a nossa. Eu achei a minha pelo que eu passei. É importante sempre pensar em que participar para ajudar o mundo a ser melhor.”
Série sobre doenças raras
Este é o terceiro post de uma série sobre doenças raras. Os posts anteriores ensinaram muito sobre a mielofibrose. No primeiro, a Dra. Cristiana Solza trouxe informações importantes sobre um tipo raro de câncer que afeta entre uma e duas pessoas a cada 100 habitantes no Brasil.
Em seguida, a jornalista e apresentadora Maria Cândida deu ótimas dicas sobre prevenção e autocuidado, especialmente a partir dos 50 anos, fase da vida que requer atenção especial à saúde.
Aprendemos que a doença não tem cura, mas tem tratamento. E também que o grande desafio é diagnosticar precocemente, pois os sintomas muitas vezes nos confundem por serem muito semelhantes ao que nos parece ser normal no envelhecimento. A doença costuma se manifestar entre os 50 e 80 anos de idade, com maior incidência após os 60.
E mais…
Sinais de envelhecimento também podem ser sintomas de mielofibrose
Oi, boa tarde. Eu me chamo Lucélia, também tive CA de mama. Não possuo as duas mamas e não uso de prótese e sou muito feliz, mesmo as pessoas achando que eu viverei pouco.