Comportamento

A valorização do papel dos avós

● Palavra de especialista: novo formato da configuração familiar

A maior atenção à figura dos avós se deve às várias posições assumidas no universo das relações familiares

O termo “avosidade” é relativamente recente entre nós, correlato dos termos “grandparenthood” e “abuelidad” que tem sido utilizado por estudiosos de língua inglesa e hispânica, especializados em envelhecimento. Sabemos que um neologismo não ocorre por acaso, aparece quando ocorre alguma novidade em determinada realidade social. valorização

Nesse sentido, o termo “avosidade” busca dar conta da condição de ser avô ou avó na contemporaneidade, com todas as implicações sociais e psicológicas envolvidas pelo contexto atual.

Essa novidade apresenta uma natureza demográfica porque graças ao expressivo aumento da longevidade humana e, consequentemente, do maior número de famílias extensas, com três ou até quatro gerações, as relações entre avós e netos têm sido mais frequentes no seio familiar, prolongando-se para além da infância desses netos, chegando à adolescência ou indo até mais adiante.

Com a visibilidade aumentada, tem crescido o interesse da sociedade por esse tipo de relação. O fenômeno tem também provocado um aumento das pesquisas acadêmicas sobre a relação entre avós e netos.

Outro motivo de maior atenção à figura dos avós se deve às várias posições assumidas no universo das relações familiares. Alguns são provedores porque desfrutam de uma boa condição financeira e podem, por isso, ajudar filhos e netos. Outros são dependentes de auxílio financeiro.

Do ponto de vista da saúde, ao mesmo tempo em que há muitos avós saudáveis, mesmo em idades bem avançadas, por outro lado, tem crescido o número de idosos dependentes de cuidados de seus familiares porque aos anos a mais de vida, se somam, com frequência, incapacitantes problemas de saúde.

O quadro de dependência assume, é claro, consequências mais dramáticas em famílias pobres pelo seu alto custo financeiro.

Qualidade da relação valorização

Outros fatores são importantes para a qualidade da relação. A proximidade ou o distanciamento geográfico dos netos é outro fator que facilita ou dificulta o relacionamento.

Uma distância que garanta o encontro e o cuidado mútuo e, ao mesmo tempo, preserve a intimidade de ambas as gerações, pode se dar em arranjos familiares nos quais o domicílio dos netos é próximo ao dos avós, por exemplo, ambos estão fixados no mesmo bairro.

Almoço na casa dos avós aos finais de semana pode ser uma boa estratégia para regular uma aproximação que preserve a privacidade das duas gerações.

Um bom relacionamento com filhos, filhas, noras e genros ajuda muito os avós a manterem e a desenvolverem uma prazerosa convivência com os netos.

Nesse aspecto, a forma de tratamento dada aos netos pode ser alvo de críticas de filhos, genros e noras, críticas expressas pela percepção popular que diz que “enquanto os pais educam, os avós deseducam a criança”.

As relações entre avós e netos tende a ser menos conflituosa do que a relação entre pais e filhos.

A obrigação de educar, traduzida no dia a dia pela imposição de interdições aos desejos da criança e do adolescente, provoca conflito com os adultos que são responsáveis em dizer “não” aos filhos desde quando são bebês.

Ao contrário, avós e netos tendem a se relacionar de modo mais amistoso e até solidário. Simone de Beauvoir, pensadora que se notabilizou nos anos 1970 por uma pioneira obra chamada “A Velhice”.

O livro discute as condições de vida dos velhos na sociedade moderna, além de exaltar a afetuosidade presente nessa relação e do quanto ela faz bem aos idosos e aos netos, fala de uma cumplicidade que pode se estabelecer entre eles contra a opressão da geração intermediária.

Avós contemporâneos valorização

Podemos entender que essa opressão decorre do papel que os pais exercem sobre os filhos e até sobre os idosos da família porque contam com uma certa chancela social para isso e pelo poder econômico que detém sobre os avós de seus filhos.

Claro está que idosos empoderados financeiramente, saudáveis e independentes vivem em condições bem diferentes e mais igualitárias em relação a seus filhos e netos.

Hoje, muitas avós têm seus próprios compromissos e não ficam à disposição da família o tempo todo.

Em várias ocasiões eu vivi uma situação curiosa quando atuava no programa Trabalho Social com Idosos do Serviço Social do Comércio – Sesc: a filha leva a mãe ao Sesc e a inscreve no Programa para que se ocupe com alguma coisa, já que, segundo ela, a mãe está infeliz e se desentendendo com os familiares.

A idosa ingressa no Sesc e paulatinamente vai se enturmando e se envolvendo em inúmeras atividades e ficando cada vez mais feliz e mais ocupada. Então, sua filha passa a reclamar de sua indisponibilidade para ajuda doméstica, incluindo-se aí o cuidado com os netos. Algumas chegam a criticar o próprio Sesc!

A solução para lidar com conflitos tem sido uma negociação entre a avó e sua filha sobre, por exemplo, qual o melhor dia da semana para que a avó possa ficar com os netos.

Portanto, não tendo outro jeito entra num acordo com sua mãe. Esse acordo torna a relação entre mãe e filha mais justa e igualitária, e isso é muito bom. Sinal dos tempos! De bons tempos!

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José Carlos Ferrigno

Psicólogo, especialista em Gerontologia e em Programas Intergeracionais; é autor dos livros “Coeducação entre Gerações” e “Conflito e Cooperação entre Gerações”, publicados pelas Edições Sesc SP; seu e-mail é jcferrigno@gmail.com

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