► Viver mais e melhor é o que todos buscam e os avanços da medicina têm contribuído cada vez mais para o aumento da expectativa de vida. Porém, ao mesmo tempo em que a longevidade é ansiada, falar em envelhecimento parece um tabu, ainda mais quando associado a sintomas como cansaço, fadiga, perda de peso, entre outros, comuns a esta fase da vida. O importante é estar atento a todos os sinais e sintomas, não subestimá-los e saber que é sim possível chegar aos 50, ou até aos 80 ou mais, mantendo a qualidade de vida. sem preconceito
Um dos grandes desafios da medicina, principalmente durante a pandemia de Covid 19, tem sido acompanhar pacientes com tantas outras enfermidades graves e crônicas, e disseminar a importância da continuidade de tratamentos e cuidados com a saúde, mesmo com as regras de distanciamento social.
A população com mais idade tem sido especialmente afetada por esse momento, não apenas por se sentirem em risco de exposição, mas também para chegar a diagnósticos assertivos de enfermidades que podem demandar cuidados e tratamentos específicos e cujos sintomas, de maneira geral, se confundem com sinais naturais do envelhecimento.
Um exemplo disso é a Mielofibrose, tipo raro de câncer no sangue, que atinge a medula óssea e é ocasionado por um mau funcionamento das células-tronco, o que prejudica a produção de células sanguíneas (1).
Fadiga extrema, fraqueza, falta de ar, perda de apetite e até episódios de suor noturno ou desconforto abdominal – causado por aumento do baço, característica que mais se destaca (2) – podem ser sinais desta doença progressiva que, se não tratada adequadamente e em tempo, pode impactar severamente a qualidade de vida das pessoas.
Ficar sempre atentos
A jornalista e apresentadora Maria Cândida, que sempre se posiciona sobre o envelhecimento saudável, aponta o caminho: “Temos que ficar sempre atentos a todos os sintomas; temos que entender o funcionamento do nosso corpo. Nós é que vamos dar todos os dados para que os médicos façam uma avaliação”.
Sobre o preconceito de idade, ela afirma: “Eu sou ativista da mulher madura para quebrar esse preconceito, que começa a acontecer quando ela chega nos 40 anos. Não podemos deixar isso acontecer. É um preconceito muito cruel porque exclui a pessoa principalmente quando ela está no momento mais vulnerável, o momento da saúde mais vulnerável, o momento do físico mais vulnerável, de menos autonomia. Isso pode trazer muitos danos psicológicos”.
– “Por tudo o que eu estudo, pela mulher que eu sou aos 50, eu acredito que as pessoas têm que começar a se preocupar com o envelhecimento aos 40 anos, que é quando ocorrem todas as desacelerações. A prevenção é tudo. Aliás, a Medicina diz que no futuro vamos trabalhar muito mais na prevenção do que na enfermidade em si.”
– “Então, eu falo isso para as minhas seguidoras. Nesse período da menopausa em que eu estou a gente sente muito cansaço e outros sintomas que batem com os sintomas da mielofibrose. Tem que fazer o diagnóstico antes. E infelizmente a maior parte das pessoas demora muito tempo. Vai de médico em médico e aí pega muito em cima da hora. Essa é a saída”.
Ela ressalta a importância de não subestimar sintomas, mesmo que sejam comuns ao envelhecimento. “Se a pessoa estiver com esses sintomas, ela tem que reconhecer que isso está acontecendo e que não é normal, e levar a situação ao médico.”
Tratamento com medicamento
A Mielofibrose pode se manifestar entre os 50 e 80 anos de idade, mas apresenta maior incidência após os 60 (3). Nas fases mais graves podem surgir complicações como hemorragias, tromboses, infecções e falência de órgãos, com possibilidade de evolução para leucemia mieloide aguda e até óbito (4).
Existe como tratamento curativo, o transplante de medula óssea, que depende do estado de saúde do paciente, de um doador de medula compatível e tem idade limite (até 70 anos).
Há também tratamento que possibilita maior longevidade com importante melhora na qualidade de vida quando comparado a terapias convencionais que focam principalmente no alívio dos sintomas, e é disponibilizado na rede privada de saúde desde 2018, mas ainda não está acessível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na rede pública.
– “Sem saúde não temos nada. Por isso é tão importante o autocuidado, prevenção, consciência, principalmente depois dos 40, 50 anos. Vamos entender nosso organismo, nos informar, procurar os médicos. Com isso temos a construção da nossa longevidade, para vivermos mais e melhor.”
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(1) O que é mielofibrose – Abrale: http://abrale.org.br/mielofibrose/o-que-e-mielofibrose
(2) Overview. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/myelofibrosis/home/ovc-20261141
(3) Diretrizes Oncológicas – Mielofibrose. Disponível em: https://diretrizesoncologicas.com.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-oncológicas-3_Mielofibrose.pdf
(4) WebMD. Myelofibrosis complications. Disponível em: http://www.webmd.com/cancer/myelofibrosis-complications
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