Saúde

A contribuição da ciência para a longevidade

● Pesquisa da USP com centenários ajuda a viver mais e melhor

O projeto fez mapeamento do genoma, mas o envelhecimento depende mais de fatores ambientais do que da genética

O aumento da expectativa de vida no Brasil traz reflexões sobre a saúde da população. Estudos a respeito do envelhecimento diante de fatores genéticos e ambientais consideram como as pessoas vivem até idades mais longevas. Contribuição

A combinação de ciência, acompanhamento médico, prevenção e políticas públicas contribuem na identificação de riscos e promoção de cuidados para que a população 50+ mantenha qualidade de vida.

O Banco Genômico Brasileiro, coordenado pelo Centro de Estudos em Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, dá continuidade à atuação do centro, que de 2000 até 2025 estudou mais de cem mil pessoas.

São todas de famílias com histórico de doenças genéticas, com diagnóstico, aconselhamento genético, prevenção em casos de alto risco e entendimento do funcionamento de genes para futuros tratamentos.

Projeto 80mais

Um estudo sobre o envelhecimento populacional teve início em 2008, envolvendo indivíduos com 80 anos ou mais de diferentes regiões do país. O projeto abrange mapeamento do genoma, identificação de genes protetores e interpretação de variantes associadas a doenças.

“Quando se estuda as pessoas mais idosas, é possível usar parâmetros para doenças de início tardio, interpretar a patogenia de variantes e entender mecanismos responsáveis por brasileiros saudáveis”, explica Mayana Zatz, professora deste projeto.

Ela informa que foram pesquisados o sangue, proteínas musculares, o metabolismo e a imunologia, em parceria com a professora Ana Caetano, de Minas Gerais.

“Já as células iPS, ou células-tronco reprogramadas, permitem estudar diferentes tecidos”, acrescenta a professora Mayana.

A pesquisa com centenários indica que 80% desse envelhecimento depende de fatores ambientais e 20% da genética. A prática de exercícios físicos, alimentação equilibrada, atividades cognitivas, vida social e vínculos familiares auxiliam a longevidade.

Diante da influência ambiental, a professora aponta que o aspecto social requer atenção das autoridades. “A população está envelhecendo, vivendo mais. E a gente tem que atuar para que ela viva bem. Vamos ter mais população idosa que jovem, é preciso rever políticas públicas.”

Essas declarações foram dadas durante a aula Avanços da genética e seus impactos na contemporaneidade, do curso Divulgação científica para comunicadores e jornalistas, sobre a aplicação do conhecimento genético na sociedade.

Pessoas acima de 105 anos

O debate sobre limites da longevidade também se baseia em pesquisas internacionais. Um estudo de 2018, publicado na Science, intitulado “The plateau of human mortality: Demography of longevity pioneers”, analisou dados de 3.836 italianos com 105 anos ou mais, nascidos entre 1896 e 1910.

Os pesquisadores descobriram que, a partir dos 105 anos, a taxa de mortalidade anual se estabiliza. Esse padrão, denominado platô da mortalidade, desafia a hipótese de que o risco de morte continua a aumentar indefinidamente em idades extremas.

Segundo os autores, a constância da mortalidade nessa faixa etária indica que ainda não foi identificado um limite biológico rígido para a longevidade humana.

Na prática clínica, os avanços da genética e do sequenciamento de genes se unem à tecnologia, incluindo Inteligência Artificial, para apoiar diagnósticos e análises de risco. Mayana Zatz reforça que a medicina moderna precisa lidar com a Inteligência Artificial sem perder a comunicação humanizada com o paciente.

A professora diz esperar “que os médicos não percam essa capacidade de interagir com o paciente, da empatia, de examinar o paciente, de se interessar pelo paciente, porque às vezes é isso que ele precisa. De atenção”.

O trabalho da USP integra ciência, prevenção e cuidados, com sugestões para o desenvolvimento de programas de saúde aplicáveis.

Para acompanhar a pesquisa da professora Mayana Zatz e do Centro de Estudos em Genoma Humano e Células‑Tronco da USP, estão disponíveis o site <www.genoma.ib.usp.br> e a coluna quinzenal “Decodificando o DNA”, na Rádio USP.

Imagem: Divulgação

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Fernanda Pereira

Jornalista especialista em comunicação corporativa e lançamentos no Brasil; formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com especialização em Publishing Management pela Fundação Getúlio Vargas; atua em assessoria de imprensa, consultoria e gestão de imagem, atendendo setores como editorial, saúde, tecnologia, gastronomia, moda, turismo e sustentabilidade

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