Saúde

Dr. Orlando: dores neuropáticas

● Especialista explica as causas e orienta os tratamentos

Envelhecimento não é sinônimo de sentir dor, e muitos idosos negligenciam as suas dores, pensando serem da idade

As dores neuropáticas são crônicas, resultantes de danos e disfunções do sistema nervoso que provocam sensações de formigamento ou queimação.

Esta condição é originada por diversas doenças, lesões nos nervos e outras condições que afetam o sistema nervoso central ou periférico.

E, consequentemente, ela pode afetar muitos idosos que acabam negligenciando essas dores, pensando serem da idade.

Os tratamentos variam de acordo com as doenças e condições que causam as dores neuropáticas.

Algumas delas incluem:

  • Herpes Zóster

Também conhecido como cobreiro, é causado pela reativação do vírus da catapora, devido à baixa imunidade ou a fatores que impactaram o organismo.

A doença costuma afetar adultos com mais de 50 anos.

Os principais sintomas são febre moderada, que persiste por 2 ou 3 dias, dor e parestesias na pele (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão), além de dor de cabeça e mal-estar, que podem ser manifestações do herpes zóster.

É crucial procurar um especialista para iniciar imediatamente o tratamento antiviral.

A melhor forma de prevenção é a vacinação, mas esta ainda não é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), somente na rede particular.

A vacina deve ser aplicada em duas doses e em pessoas a partir dos 50 anos.

O tratamento envolve medicamentos e antivirais prescritos pelo médico.

  • Neuropatia Diabética

Esta é a complicação mais comum e incapacitante da diabetes.

Quando a glicose não é controlada adequadamente ao longo do tempo, podem ocorrer alterações nos vasos sanguíneos e no metabolismo, resultando em danos aos nervos periféricos.

A glicemia alta compromete o metabolismo de várias células, especialmente dos neurônios.

Além de causar dores neuropáticas, a neuropatia diabética pode levar a problemas como incontinência urinária, dificuldade de urinar, diarreia ou prisão de ventre, dificuldade de engolir, dificuldade de digestão e sensação de coração acelerado mesmo em repouso, bem como disfunção erétil.

Após essa fase de complicações, o paciente pode perder a sensibilidade.

As dores, que antes eram intensas, deixam de ser percebidas como deveriam, caracterizando a neuropatia focal.

Nesses casos, é necessário estar atento, pois podem levar à amputação do membro.

Não há cura para a neuropatia diabética, assim como para a diabetes, e o tratamento visa evitar a progressão dos danos nervosos através da mudança de hábitos, alimentação saudável e medicamentos.

  • Neuropatia Periférica

Pode ser causada por diversas doenças, como a diabetes, ou por agressões aos nervos causadas por agentes mecânicos, químicos ou físicos, resultando em lesões nos nervos periféricos.

Esses nervos conectam a cabeça, a face, os olhos, o nariz, os músculos e os ouvidos ao cérebro, além de ligarem a medula espinhal ao resto do corpo, incluindo as mais de 100 bilhões de células nervosas que se estendem por todo o organismo.

  • Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune e crônica causada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que afetam o sistema nervoso central.

Ela provoca sensações momentâneas, como um formigamento que percorre as costas, pernas, um braço ou um lado do corpo ao inclinar o pescoço para frente.

Embora não tenha cura, existem tratamentos que ajudam a controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A abordagem terapêutica varia de acordo com o tipo e a gravidade da esclerose, assim como as necessidades individuais de cada paciente.

Pode incluir medicamentos para reduzir a inflamação, terapias de reabilitação, suporte emocional e até mudanças no estilo de vida.

  • Neuralgia do Trigêmeo

Refere-se à disfunção do 5º nervo craniano (nervo trigêmeo), responsável por transportar informações sensitivas do rosto ao cérebro e controlar os músculos envolvidos na mastigação.

A causa, geralmente, é a compressão do nervo do trigêmeo por uma artéria posicionada de maneira anormal, embora também possa ser causada pela esclerose múltipla.

O sintoma é uma dor intensa, muitas vezes desencadeada por movimentos simples como escovar os dentes, falar ou quando um vento gelado entra em contato com a pele.

A dor é desencadeada ao tocar em um ponto específico do rosto, chamado ponto-gatilho.

A sensação dura apenas alguns segundos, raramente ultrapassando 2 minutos, mas é tão intensa que, quando repetida várias vezes ao dia, torna-se incapacitante.

O tratamento pode envolver medicamentos e, em casos mais graves, a cirurgia de descompressão neurovascular realizada por microcirurgia ou radiofrequência.

Se você sente essas dores, procure um especialista. Apenas dessa forma é possível iniciar o tratamento adequado.

Não é normal sentir dores fortes, incapacitantes e que causam formigamento. Envelhecimento não é sinônimo de sentir dores.

Imagem: Shutterstock

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Dr. Orlando Maia

Médico neurocirurgião, especializado em neurorradiologia intervencionista e em gestão pública. Fundou a rede de hospitais e clínicas Interneuro, focada no tratamento das patologias neurológicas por métodos minimamente invasivos. Foi eleito presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, em 2018, e concorre novamente ao cargo

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