Saúde

Dra. Márcia: cefaleia e enxaqueca

● Especialista esclarece sobre causas, sintomas e tratamentos

O problema é três vezes mais comum em mulheres do que em homens e alcança mais da metade das pessoas idosas

A cefaleia é uma doença que afeta cerca de 15% da população mundial em algum momento da vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), estima-se que 2% das pessoas sofrem com enxaqueca crônica (um tipo de cefaleia), uma doença incapacitante e que compromete a qualidade de vida.

No Brasil, pelo menos 30 milhões de pessoas enfrentam o problema, que é três vezes mais comum em mulheres do que homens. A doença também atinge mais os idosos, atingindo 51% da população com mais de 65 anos.

Para o diagnóstico, é preciso uma avaliação global do organismo e do estilo de vida do paciente, pois dores de cabeça frequentes podem ter inúmeras causas e a identificação requer uma atenção mais detalhada.

A cefaleia pode ser causada por estresse, por variações hormonais (como no período da TPM na mulher), por problemas de coluna, falta ou até mesmo excesso de algum nutriente, questões relacionadas à má qualidade do sono tensional, problemas de visão, dentre muitos fatores que devem ser investigados para se chegar à causa do problema.

Mas o que ocorre na maioria dos casos, é que o paciente fica apenas se medicando com analgésico e não trata a causa, o que pode agravar as dores de cabeça e o problema acaba evoluindo para uma enxaqueca crônica, de difícil tratamento.

É muito comum o idoso sofrer de cefaleia por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos muitos medicamentos exigidos pela idade avançada.

Dentre as alternativas para combater o problema, a soroterapia é uma opção de tratamento intravenoso feito uma vez por semana que é capaz de substituir até 10 cápsulas diárias ingeridas pelo idoso.

Medicação convencional

Primeiro, o paciente passa por uma anamnese e exames para identificar possíveis deficiências de nutrientes, intoxicações, problemas hormonais, hábitos nocivos, doenças crônicas, entre outros.

Depois dessa avaliação, identificamos medicamentos e nutrientes que o paciente precisa suplementar. Porém, em vez de muitos comprimidos, fazemos um soro, injetável com dosagem semanal.

Na soroterapia é possível regular as dosagens para uma semana de tratamento, porque os efeitos colaterais são reduzidos e a absorção é quase total, enquanto com o medicamento, que passa por estômago e intestino, é menor.

Algumas substâncias que podem ajudar a combater as cefaleias são: zinco, magnésio, vitamina B6 e equinácea (um fitoterápico), além daquelas que ajudam na produção de dopamina, geralmente deficientes em pessoas que sofrem com enxaquecas.

Existem pacientes que usam inúmeros medicamentos para minimizar as dores e elas não desaparecem. Muitas vezes técnicas complementares são mais eficazes do que a medicação convencional.

O importante é o paciente buscar tratamento e não achar que tem que se acostumar com a dor. Essa é a maior importância desta data que marca o combate à cefaleia: lembrar que paciente que sentir dor não é normal e que existem tratamentos possíveis!

Cervicogênicas, com origem na coluna cervical, em salvas, pós-traumática, tensional, hemicrania paroxista crônica e enxaqueca. Normalmente a duração é de 30 minutos a até sete dias, com dor em aperto ou pressão e que não pulsa.

A intensidade é de média a moderada. Muitas vezes a localização é bilateral, com ausência de náuseas, vômitos, fotobobia e fonofobia.

De acordo com a causa deflagradora, temos fisioterapia para evitar contraturas musculares, quando a gente imagina que está relacionada à coluna cervical, e técnicas de relaxamento, acupuntura, quando a causa é o estresse.

Temos também anti-inflamatórios, antidepressivos com amitriptilina, medicamentos com betabloqueadores, corticoides, relaxantes musculares e benzodiazepínicos (ansiolíticos).

Analisar fatores desencadeantes

Existem as enxaquecas que podem ser com aura ou sem aura, e as enxaquecas crônicas.

Ela tem uma característica unilateral, tem uma tendência familiar, é multifatorial, pode ter alterações hormonais e podem ter alimentos deflagradores, como o chocolate, derivados do leite, frutas cítricas, bebidas alcoólicas e queijos.

Pode ser deflagrada por estresse, emoção, luz excessiva e alterações do sono. Existem pacientes que têm uma primeira fase que antecede 24 horas a dor intensa, quando apresenta irritabilidade e bocejos.

A segunda fase pode vir com fotofobia, náuseas e fonofobia. A terceira fase, que é quando diminuem os sintomas, principalmente a dor, pode durar de horas até dias.

O diagnóstico é feito por meio de ressonância magnética do crânio, para descartar a possibilidade de tumores e aneurismas, radiografias, tomografias ou ressonância da coluna cervical para identificar osteoartroses, alterações como hérnia de disco e protusões discais.

Além disso, pode-se analisar fatores desencadeantes, para saber se é uma enxaqueca clássica ou não, realizar polissonografia para análise do sono, porque há cefaleias e enxaquecas desencadeadas pela alteração do sono.

E fazer uma boa anamnese para saber o que provoca a dor do paciente, se ele dorme e acorda com a dor ou se ele deflagra depois de exercício físico, se tem a ver com cheiros excessivos, estímulos sonoros, visuais, olfatórios e auditivos excessivos.

Isso para que a gente entenda qual é a origem dessa cefaleia, porque a enxaqueca é um tipo de cefaleia com suas características muito únicas.

As cefaleias de um modo geral não apresentam náusea ou vômitos, ou se apresentar, vai apresentar um dos sintomas.

Imagem: Jan Krivec / Unsplash

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Dra. Márcia Umbelino dos Santos

Médica com mestrado em Auriculoterapia e pós-graduada em Geriatria, Medicina Tradicional Chinesa, Ortomolecular e Tratamento da Dor

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