Saúde

Dor no quadril não é natural ao envelhecer

● Médico mostra tratamentos que devolvem mobilidade e bem-estar

O corpo humano foi feito para se movimentar e ficar parado, por medo da dor, só agrava o problema, diz especialista

Com frequência, atendo pacientes que acreditam que sentir dor no quadril faz parte do envelhecimento. É compreensível pensar assim, mas é importante reforçar: a dor não é normal em nenhuma fase da vida. Ela é um sinal de que algo precisa de atenção.

Nos últimos anos, tenho observado um aumento significativo de pessoas que me procuram com dor para caminhar, subir escadas ou até mesmo se levantar da cama.

Na maioria dos casos, o diagnóstico é osteoartrose do quadril, uma doença que provoca o desgaste da cartilagem que reveste a articulação. Esse desgaste causa rigidez, perda de mobilidade e, principalmente, limita a autonomia.

Costumo dizer que o corpo humano foi feito para se movimentar. Ficar parado, por medo da dor, só agrava o problema.

A prática regular de atividades físicas, adaptadas à idade e à condição de cada pessoa, é uma das formas mais eficientes de preservar a saúde das articulações.

Caminhada, hidroginástica e exercícios de fortalecimento ajudam a proteger o quadril, melhorar o equilíbrio e evitar quedas. Mesmo em casos de artrose já diagnosticada, manter o movimento com acompanhamento profissional faz parte do tratamento.

Se a dor passa a ser constante, atrapalha o sono ou impede atividades simples, como calçar sapatos ou entrar no carro, a degeneração pode estar avançada.

Na consulta, avalio o histórico, realizo o exame físico e, quando necessário, peço exames de imagem, como o raio-X.

O tratamento é individualizado e pode incluir fisioterapia, medicamentos e, em condições específicas, as infiltrações, que podem ajudam a lubrificar a articulação e reduzir a inflamação e a dor.

Quando a prótese é a melhor opção

Em alguns casos, especialmente quando o desgaste é avançado e as medidas conservadoras já não trazem resultado, a cirurgia de prótese de quadril pode ser indicada.

Sei que essa possibilidade costuma causar apreensão, mas é importante saber que se trata de uma das cirurgias ortopédicas mais seguras e eficazes.

Hoje, com as técnicas modernas, o paciente costuma ter alta em até três dias e inicia a fisioterapia logo em seguida. As próteses atuais têm durabilidade média de 20 a 30 anos, e a taxa de satisfação ultrapassa 95%.

Tenho visto muitos pacientes retomarem suas atividades, viajarem, dançarem e voltarem a viver sem a dor que antes limitava sua rotina. Esse é um dos maiores retornos que a medicina pode proporcionar.

Outro ponto importante é que nem toda dor no quadril significa artrose. Em pessoas mais jovens ou ativas, o problema pode estar relacionado ao impacto femoroacetabular e/ou à lesão do lábio acetabular, condições que também causam dor e limitação.

Nesses casos, a artroscopia do quadril pode ser uma excelente alternativa. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, realizado por pequenas incisões, que permite tratar o problema com bons resultados.

Com o avanço da ortopedia, é possível envelhecer com qualidade de vida e independência. O segredo é não se acostumar com a dor. Buscar diagnóstico, cuidar do corpo e manter-se ativo são atitudes que fazem toda a diferença no futuro.

A decisão de cuidar da própria saúde é sempre o primeiro passo para uma vida mais leve e sem limitações.

Imagem: Divulgação

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Dr. Guilherme Falótico

Ortopedista, especialista em cirurgia do quadril; professor adjunto da Escola Paulista de Medicina/Unifesp

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