Saúde

Dr. Fabio: avós e netos em tempo de pandemia

● Palavra de especialista: o que fazer e o que não fazer

O autor, que é um pediatra bastante experiente, em sessão de leitura promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Quando, ainda no início da pandemia, foi proposta a suspensão de atividades escolares, é possível que muitos pais e mães tenham pensado: vamos deixar as crianças na casa da avó, assim podemos continuar trabalhando sossegados.

Alguém alertou: e se eles levarem o vírus para os avós, como fica? Depois foi proposta a suspensão das atividades não essenciais e os pais também, na grande maioria, tiveram que ficar em casa.

Os menos avisados podem ter pensado que estaria se iniciando um momento muito feliz: a família unida, avós, pais e netos todos juntos, um tempo de descanso e trocas afetivas. Mas, e se alguém estivesse incubando o vírus?

Dentro dos 14 dias que pode durar a incubação, se alguém saísse do isolamento, a infecção poderia se manifestar em qualquer membro da família, com diferentes repercussões.

O que sabemos, a partir dos números cada vez mais assustadores de doentes: o vírus da covid-19 contagia mais os mais jovens (30% dos infectados encontram-se entre 20 e 29 anos) e mata principalmente, mas não só, os mais idosos (mortalidade de 0,2% entre 20 e 29 anos e de até 20% naqueles acima de 80 anos).

No Brasil, hoje vivem 12.404.101 pessoas com 70 anos ou mais. Nestes deve-se concentrar o foco de nossa atenção: quantos serão infectados? Quantos sobreviverão?

Ao lado disso sabemos que hoje, com a triste experiência de maior número de casos, também está se vendo que, em algumas comunidades, o número de jovens doentes pode ser bem maior do que se imaginou no início.

Isolamento horizontal x vertical pandemia

Abriu-se, de modo irresponsável e indevido, uma discussão sobre o tipo de isolamento, se horizontal, como está sendo feito agora, ou vertical, no qual são isolados apenas os grupos de risco, idosos e portadores de outras doenças.

Imaginemos como fazer isso: os 12 milhões de idosos ficam isolados em algum cômodo da casa (quando existe esta possibilidade), recebem água e alimento trazidos por alguém que pode ser portador do vírus (ou coloca por baixo da porta!) e a vida continua…

Continua? Enquanto isso os membros da família, não isolados, vão ficando progressivamente doentes, com maior ou menor gravidade, até chegarmos ao que ocorreu em países como a Itália que, por não tomar as medidas de isolamento no momento coreto, transformou-se no triste recordista de mortes, no mundo.

Temos que assumir este momento e encarar este desafio. Isolamento não é medida política ou econômica! É medida sanitária! Da economia pode-se cuidar de melhores maneiras.

Temos os lucros dos grandes bancos, as grandes fortunas que podem ser taxadas, as grandes empresas que podem, com muito menor sacrifício do que a população geral, diminuir seu faturamento e auxiliar no encaminhamento dos problemas.

É difícil ficar separado das pessoas queridas, com certeza. Mais difícil, com certeza, é perdê-las! Por isso, cada um na sua casa, se cuidando e esperando que este triste momento passe o mais rápido possível.

Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. Então. Pois. Então Pandemia.

E mais…

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. Então. Pois. Então. Então. Pois. 
É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. 
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Dr. Fabio Ancona Lopez

Médico com experiência de mais de 50 anos de exercício da Pediatria e especialização em Nutrologia; é professor titular aposentado da Disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo; é autor do livro “Avós e Netos – uma forma especial de amar – manual de convivência”, além de ser também um avô muito experiente

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