Saúde

Dra. Márcia: saúde sexual dos idosos

● O desejo traz muitos benefícios em pessoas de todas as idades

O estigma em torno da vida sexual dos idosos os torna mais vulneráveis às ISTs, contraídas por qualquer contato

A saúde sexual na terceira idade traz diversos benefícios aos idosos, como a melhora na autoestima, sentimento de capacidade, pertencimento, amparo, libera hormônios que ajudam na saúde mental e física.

Porém, as doenças e alterações, o uso de remédios controlados e problemas hormonais podem comprometer o desejo.

Algumas condições como a depressão, diabetes, síndromes metabólicas (aumento de colesterol, triglicerídeos e glicose), Parkinson, doenças neurodegenerativas, alterações hormonais e lúpus podem afetar a libido.

As alterações hormonais como a queda na produção de testosterona e a menopausa e a andropausa (no homem) afetam a libido.

A velhice não é sinônimo de queda de libido. Existem fatores que levam à diminuição dela, como a insônia, estresse, fadiga crônica, abuso de álcool, uso de drogas, tratamentos oncológicos e alterações na tireoide.

Em muitos casos, pode ser a queda na produção de testosterona, no caso do homem. Nessa situação, é indicada a suplementação para melhorar a produção de testosterona de forma endócrina (pelo próprio organismo).

Mas, quando o problema é uma síndrome metabólica, por exemplo, é indicada uma reposição hormonal, porque o paciente fica muito inflamado e não produz os hormônios normalmente.

Além disso, alguns remédios para dor e antidepressivos afetam o desejo.

Então, diante de todas as possibilidades, o bem estar mental também é um ponto crucial para avaliar a saúde sexual.

Afinal, é comum muitos idosos acreditarem que seu tempo já passou e não conseguem mais fazer nada.

Porém, é possível se pensar fora da bolha, pois o prazer é algo subjetivo e pode ser sentido de diversas formas.

Nessa fase da vida, é preciso ampliar o contato corporal, pois a excitação, a ereção e a lubrificação podem demorar mais para acontecer.

Infecções transmissíveis

Mas, quando falamos sobre saúde sexual na terceira idade, também é importante abordar os casos de aumento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) entre a população idosa.

Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2023), houve um crescimento de 20,3% nos casos de HIV entre pessoas com mais de 60 anos, passando de 2.209 casos em 2015 para 2.657 em 2022.

Então, é muito importante ter, também, políticas públicas e que os médicos estejam preparados para orientar a população idosa sobre questões preventivas.

Esse grupo veio de uma época em que não era comum usar preservativos. Por isso, é necessário frisar a sua importância.

O estigma em torno da vida sexual dos idosos os torna mais vulneráveis às ISTs, que podem ser contraídas através de qualquer contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada.

Essas infecções, causadas por vírus, bactérias ou fungos, podem ser temporárias, crônicas ou incuráveis.

Exames de rotina

Não apenas usar preservativos, mas também realizar exames de rotina para diagnóstico.

Muitos idosos acreditam que seus parceiros não representam riscos, mas descobrem as ISTs em estágios avançados.

Políticas públicas de facilitar a chegada da informação aos idosos, solicitar exames para detecção de IST, conversar e abordar assuntos sobre a vida sexual do idoso durante consultas de rotina, são medidas que ajudam a reduzir o número de infectados.

Algumas formas de envelhecer de forma saudável para manter a vida sexual ativa é praticar atividade física, gerenciar o sono.

Se você sofre de insônia sem motivos aparentes, o exame de polissonografia pode ajudar a identificar o problema de noites mal dormidas.

Melhorar a alimentação pode resolver, pois 80% a 90% dos neurotransmissores de serotonina, hormônio da felicidade e prazer, são produzidos pelo trato gastrointestinal.

Então, a alimentação influencia muito.

Evitar o tabagismo e fazer checkup anual são maneiras de manter o corpo saudável e evitar diversas doenças.

Imagem: Freepik

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então.
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Dra. Márcia Umbelino dos Santos

Médica com mestrado em Auriculoterapia e pós-graduada em Geriatria, Medicina Tradicional Chinesa, Ortomolecular e Tratamento da Dor

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