Você sabe o que é espasticidade?
● Saiba como agir em uma complicação muito frequente após o AVC

► O acidente vascular cerebral (AVC) é hoje a principal causa de morte de origem cardiovascular e a maior causa de incapacidade no Brasil. E uma das complicações mais comuns após um AVC é a espasticidade, afetando 1 em cada 3 pacientes.
O médico fisiatra Dr. Celso Vilella, especialista em reabilitação de doenças e lesões que causam limitação de movimento, explica que a espasticidade é uma condição em que os músculos permanecem rígidos ou contraídos, dificultando os movimentos voluntários.
Ocorre quando há lesão no cérebro ou na medula espinhal, comprometendo o controle nervoso da musculatura.
Essa rigidez pode causar dor, deformidades e limitações funcionais, mas pode ser controlada com fisioterapia, medicamentos e terapias especializadas.
O tratamento recomendado inclui acompanhamento médico, fisioterapia, terapia ocupacional e, quando necessário, aplicação, nos músculos afetados, de toxina botulínica tipo A (cuja marca comercial mais conhecida é Botox).
Também podem ser usados órteses, alongamentos, estimulação elétrica e medicamentos, conforme as necessidades de cada paciente.
Caminhos Pós-AVC
Na sexta-feira, dia 10 de outubro, aconteceu em Florianópolis o encontro “Caminhos Pós-AVC – uma jornada de reabilitação”, promovido pelo laboratório Ipsen, com a participação de médicos especialistas e profissionais de imprensa.
A médica neurologista Dra. Simone Amorim explica o que o AVC ocorre quando um vaso sanguíneo cerebral se obstrui ou se rompe, interrompendo a circulação de sangue e oxigênio em uma região do cérebro, o que leva à morte das células afetadas.
“Tempo é cérebro, cérebro é vida”, alertou Dra. Simone, destacando que o atendimento rápido é decisivo: quanto mais cedo o paciente recebe cuidados especializados, maiores as chances de recuperação e menores os riscos de sequelas.
A presidente da Sociedade Brasileira de AVC, Dra. Maramélia Miranda, detalhando a linha de cuidados após o evento agudo, reforça a importância da agilidade no atendimento.
Rapidez reduz sequelas e salva vidas
“O AVC é fluxo. Precisamos agir rapidamente. A atuação eficaz do profissional de saúde faz toda a diferença para reduzir sequelas e salvar vidas”, afirma.
Entre as complicações mais comuns estão dificuldade para engolir, perda de força e equilíbrio, alterações na fala, problemas de locomoção e falhas de memória.
A médica também chama atenção para a falta de acesso à trombectomia, procedimento que remove coágulos que bloqueiam artérias ou veias, essencial no tratamento de emergência.
Segundo ela, pouquíssimas cidades brasileiras, incluindo algumas capitais, dispõem desse recurso.
Espasticidade é tratável
Mariana Prando, gerente de produtos e neurociências da Ipsen Brasil, apresentou a campanha “Caminhos Pós-AVC – uma jornada de reabilitação”, realizada em parceria com entidades médicas e associações de pacientes.
O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da reabilitação após o AVC e dar visibilidade à espasticidade, uma complicação comum, mas tratável.
O projeto conta com o site “caminhosposavc.com.br”, que reúne conteúdos educativos, vídeos com especialistas e depoimentos de pacientes e cuidadores.
A campanha também promove debates e fóruns sobre políticas públicas, visando ampliar o acesso à reabilitação e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.
Regra simples para identificar o AVC
Questionada pelo portal avosidade sobre como identificar rapidamente os sinais de AVC, Dra. Maramélia Miranda explica que é um mal súbito, mas que as pessoas podem recorrer a uma regra simples inspirada na sigla do SAMU, o atendimento do número 192:
• S – peça para a pessoa sorrir;
• A – peça um abraço;
• M – peça para cantar uma música; e, se tiver dificuldade em realizar uma dessas ações…
• U – procure atendimento de urgência.
Muitas limitações após o AVC ainda são vistas como inevitáveis, mas podem ser reduzidas ou revertidas com tratamento adequado, devolvendo ao paciente autonomia e qualidade de vida.
A prevenção também é fundamental: controlar pressão, diabetes e peso, não fumar e manter hábitos saudáveis ajuda a reduzir o risco de novos episódios.
Imagens: Elisabete Junqueira e Roberto Sallaberry
▲ ▼ ▲
E mais…
Veja também no portal avŏsidade: