Saúde

Vivendo mais, mas será melhor?

● Hábitos de vida são a principal influência no envelhecimento

O Brasil já tem menos crianças de até 9 anos do que pessoas acima dos 60, e só a faixa longeva vem crescendo

O número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil, já supera o de crianças com menos de 9 anos, o que corresponde a 17% da população. E, até 2055, esse número deve subir, chegando a 30% da população mundial. Vivendo mais.

De acordo com dados do IBGE, a expectativa de vida do brasileiro está em 72 anos para os homens e 79 para mulheres (IBGE) e, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), os hábitos de vida são os principais fatores que influenciam no envelhecimento (60%), seguidos da genética e fatores ambientais (20% cada).

Segundo estudos, a capacidade funcional de pessoas de 75 a 80 anos é melhor hoje do que a de idosos na mesma faixa etária de três décadas atrás.

Força muscular, velocidade de caminhada, velocidade de reação, fluência verbal, raciocínio e memória de trabalho dos idosos são melhores atualmente.

Mas tivemos um aumento significativo de doenças crônicas e mentais. Então, podemos dizer que estamos vivendo mais e controlando os sintomas de forma mais eficaz, mas será que podemos dizer que estamos vivendo melhor?.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças como câncer, diabetes, AVC, Alzheimer e outras formas de demência, além de problemas respiratórios e cardiovasculares são as sete principais causas de morte no mundo.

As estimativas confirmam ainda a tendência de crescimento da longevidade: em 2019, as pessoas viveram seis anos mais do que em 2000, com uma média global de mais de 73 anos em 2019 em comparação com quase 67 no ano 2000.

Mas, em média, apenas cinco de esses anos adicionais foram vividos com boa saúde.

Mais cuidado com a prevenção

Na verdade, a incapacidade está aumentando. Porque essas doenças são as responsáveis pelo maior número de anos de vida saudáveis perdidos.

E, na maioria dos casos, poderiam ser prevenidas ou tratadas.

Sempre foi mais comum tratar da doença que da saúde. As pessoas só procuravam um médico quando já estavam adoecidas.

Depois do covid, as pessoas passaram a se preocupar mais com a prevenção, o que resultou num aumento da busca por tratamentos para melhorar a imunidade, prevenir doenças crônicas e outros males comuns da maturidade.

A manutenção da mobilidade é outro ponto importante que interfere no envelhecimento saudável.

Alguns dos primeiros sinais visíveis do envelhecimento podem ser mudanças na postura e na maneira de andar, assim como a fadiga e fraqueza geral fazendo tarefas simples e cotidianas e que podem impactar na independência do indivíduo.

O envelhecimento afeta a massa muscular e a força, densidade óssea, e pode fazer com que as articulações fiquem mais rígidas e menos flexíveis devido à redução da espessura da cartilagem.

Uma rotina de exercícios físicos combinada com gerenciamento de peso e uma dieta equilibrada saudável são fundamentais para prevenir esses problemas.

Além da manutenção do peso, outra questão importante para um envelhecimento saudável é a ingestão de nutrientes adequados para manter o bom funcionamento do organismo, manutenção da imunidade, prevenção de doenças e suporte para músculos, ossos e cartilagem.

Processo natural para todos

Os idosos têm necessidades específicas como maior ingestão de vitaminas, fibras e proteínas, por isso, é importante o acompanhamento nutricional. Muitas vezes é fundamental uma suplementação de vitaminas, minerais e outros nutrientes.

A saúde mental é outro fator que não pode ser deixado de lado. Não é só o corpo que precisa de atenção especial.

É importante cuidar de outras áreas da vida. A manutenção do estresse, hábitos do cotidiano, vida social e intelectual, tudo isso influencia no envelhecimento, garantem especialistas.

A perda do papel social, afastamento da família, falecimento do cônjuge, são algumas questões que costumam levar o idoso à depressão, distúrbio psicológico mais comum depois dos 60.

Em vez de tristeza e apatia, no entanto, o idoso pode apresentar sintomas físicos como dores crônicas, distúrbios intestinais, alterações no sono, tonturas, dentre outros.

É importante ter em mente que envelhecer é um processo natural para todos os seres humanos, e que as mudanças no nosso organismo após os 50 são necessárias, devendo ser aceitas e entendidas.

Mas temos que buscar uma vida plena até os últimos dias da nossa existência. O problema é que poucos buscam um tratamento integrativo e isso é muito importante.

Precisamos ter em mente que envelhecer não é motivo para deixar de se cuidar! E quanto mais cedo iniciarmos os tratamentos preventivos, melhor será a nossa vida na terceira idade.

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois.  Então. Pois. Vivendo.
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Dra. Márcia Umbelino dos Santos

Médica com mestrado em Auriculoterapia e pós-graduada em Geriatria, Medicina Tradicional Chinesa, Ortomolecular e Tratamento da Dor

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