
► Quem tem ou já teve animais de estimação sabe: há algo de profundamente transformador nesse vínculo. O olhar atento, o carinho na hora certa, a rotina de cuidados – tudo isso cria uma relação que vai muito além do afeto.
E, cada vez mais, a ciência confirma o que o coração já sabia: conviver com um pet pode ser um poderoso fator de saúde pública, especialmente na maturidade.
O avosidade conversou com o Dr. Egidio Lima Dórea, médico coordenador do Programa USP 60+ e do projeto Envelhecimento Ativo.
Dr. Egidio explica os impactos da solidão, especialmente no processo de envelhecimento, e como a companhia dos pets é benéfica em vários aspectos.
“A solidão é hoje um problema de saúde pública mundial. Diferente do isolamento social (falta de contatos) e da solitude (escolha consciente de estar só), a solidão é um sentimento de desconexão, mesmo na presença de outras pessoas”, diz o médico.
“Ela causa estresse e inflamações que afetam o funcionamento do corpo, aumentando o risco de depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares, demência e reduzindo a longevidade.”
O Dr. acrescenta que “pesquisas indicam que a convivência com animais de estimação diminui o estresse e a sensação de solidão, além de reduzir sintomas de depressão e ansiedade e melhorar aspectos cognitivos em idosos que vivem sozinhos com pets”.
Cuidados necessários
Além de ótima companhia e benefícios para a saúde mental, os impactos físicos também são mensuráveis.
Estudos internacionais demonstram que tutores que passeiam com seus cães têm maior probabilidade de atingir os níveis recomendados de atividade física, acumulando passos e tempo ao ar livre que protegem o coração, as articulações e a mente.
Alguns estudos mostram, por exemplo, melhora da cognição em idosos que habitam sozinhos com pets, comparativamente a idosos que habitam sem pets. Porém, idosos que não vivem sós, mas em instituições de longa permanência, com um pet eles se sentem menos sozinhos.
Há, no entanto, cuidados necessários.
Especialistas em saúde e bem-estar animal ressaltam que a escolha do pet, o uso de guias adequadas, o treino de manejo e a avaliação funcional do tutor são essenciais para preservar os benefícios e evitar quedas ou lesões – principalmente entre pessoas mais velhas ou com limitações físicas.
Para quem tem 60 anos ou mais, o pet pode ser uma companhia que aproxima pessoas, organiza o dia e coloca o corpo em movimento.
Com o apoio de médicos, geriatras e educadores caninos, essa parceria entre humanos e animais segue sendo uma potente aliada contra a solidão – e a favor de uma longevidade mais ativa, afetiva e feliz.
Imagem: Divulgação
▲ ▼ ▲
E mais…
Veja também no portal avŏsidade:


