Comportamento

Qualidade de vida sim!

● Dra. Olga: é possível ter qualidade de vida na velhice

A autora, uma especialista no assunto, mostra como o idoso pode descobrir um mundo novo de experiências positivas

Muitos idosos pensam que, ao chegarem nessa fase da vida já cumpriram a sua missão, sentindo-se perdidos e inúteis, imaginando que está na hora de preparar-se para a morte, pois não há mais nada a fazer. Qualidade

Ledo engano!

É possível viver bem nessa fase da vida e descobrir um mundo novo, apesar das limitações naturais sobre um corpo que já viveu muitas décadas!

Ao tornar-se uma pessoa idosa, já não há mais a mesma vitalidade, a mesma rapidez dos movimentos e do raciocínio, a mesma coordenação motora da época da sua juventude, entre tantas outras limitações.

Por outro lado, há muito mais tempo disponível, mas os idosos não sabem o que fazer com ele, porque muitos deles estão acostumados a fazer e não sabem o que é ser!

É possível ao idoso viver bem e com qualidade de vida nessa fase, sabendo lidar com suas limitações e permitindo-se descobrir um mundo novo repleto de experiências positivas!

E o que fazer para manter a qualidade de vida nessa fase?

A qualidade de vida do idoso pode ser definida como a manutenção da saúde, em seu maior nível possível, em todos os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e espiritual (Organização Mundial de Saúde,1991).

Fatores que colaboram para a qualidade de vida do idoso

Corpo físico

Do ponto de vista físico, o fator mais importante na manutenção da saúde é o cuidado com a alimentação: existe até um ditado popular que versa sobre o assunto: “somos o que comemos!”.

Uma alimentação saudável implica em suprir o organismo com todos os nutrientes de que ele necessita para o seu bom funcionamento e para a conservação de um peso estável, fatores importantes na prevenção de várias doenças.

Visitas regulares ao médico são fundamentais para prevenir, diagnosticar e tratar possíveis doenças que possam interferir na qualidade de vida.

A prática regular de atividades aeróbicas e de exercícios, sempre de acordo com as limitações físicas e com a orientação especializada, contribui para a conservação da saúde.

Atividade Sexual

A atividade sexual, outro fator importante na manutenção da saúde, deve ser mantida, pois o idoso não perde a sua função sexual.

A impotência sexual masculina pode ter um componente orgânico (problemas circulatórios e diminuição da sensibilidade na região do pênis, por exemplo), mas em grande parte das vezes em que ocorre, ela é de cunho emocional: por sentir-se velho, por não possuir mais os atributos sexuais de outrora e por considerar-se não tão viril e atraente para o sexo oposto como antigamente, o idoso torna-se angustiado e depressivo e, consequentemente, impotente.

As mulheres idosas costumam rejeitar as atividades sexuais em função de não terem sido estimuladas de forma satisfatória por seu(s) companheiro(s) ao longo de suas vidas, tendo praticado sexo de forma mecânica e não prazerosa, não atingindo, muitas vezes, o orgasmo.

É importante salientar que os valores associados à atividade sexual, nesta fase da vida, são diferentes dos jovens: o que importa não é a virilidade, a quantidade de ejaculações ou orgasmos, mas a intimidade, a sensação de aconchego, o afeto, o carinho.

Saúde Mental

A depressão, uma das principais doenças mentais na população idosa, é de difícil reconhecimento e diagnóstico, uma vez que a sociedade, de um modo geral, a encara como um fato normal à velhice.

Puro preconceito!

As causas da depressão ainda são desconhecidas, mas acredita-se que vários fatores biológicos, psicológicos e sociais atuando de forma concomitante, desencadeiem a doença.

Vale dizer que a depressão pode acontecer em qualquer fase da vida e em qualquer idade, não é exclusividade dos idosos!

O acompanhamento de um(a) psicólogo(a) como complemento ao tratamento medicamentoso, propicia a recuperação da vontade de viver e a relação idosos e qualidade de vida melhora muito!

Mudanças e perdas

A preparação para as grandes mudanças na vida decorrentes da aposentadoria, da perda de amigos e familiares é de suma importância para a saúde psicológica, assim como um contato familiar constante e a preservação e manutenção da autonomia, independência e dignidade do idoso.

Saber usufruir de todos os momentos de lazer, a interação social, o desenvolvimento de hobbies e interesses diversos colaboram para que a mente se mantenha ativa e saudável, permitindo que a relação idosos e qualidade de vida seja uma relação positiva!

Respeito

É importante que o idoso seja respeitado como ser humano que é, com todas as limitações inerentes a sua idade!

Se a pessoa idosa já não possui a vitalidade da juventude, por outro lado tem o conhecimento adquirido através das experiências ao longo de toda uma vida.

A partilha desses conhecimentos com as novas gerações proporciona ao idoso a possibilidade de manter-se integrado à sociedade.

Esta integração é de suma importância para o idoso, uma vez que um de seus maiores prazeres consiste em relatar fatos acontecidos em sua vida e perceber que as pessoas que o cercam dão a ele a verdadeira atenção devida.

Conclusão

Idosos e qualidade de vida, é, portanto, a soma de todos esses fatores acima citados, mas, principalmente, a preservação do prazer em todos os seus aspectos, onde prazer aqui é visto como tudo aquilo que traz satisfação, bem-estar, alegria!

É possível que a relação idosos e qualidade de vida seja uma relação positiva pela vida afora!

O prazer de ter um corpo saudável e a aceitação de seus limites, o prazer de interagir em sociedade, o prazer da satisfação dos desejos na medida do possível e aceitável, o prazer de compartilhar e de aprender!

Sim, porque viver implica em manter-se num processo de aprendizagem eterno!

Como dizia a minha avó: “Quando eu morrer, não terei aprendido nem metade do que eu gostaria de saber…”

Idosos e qualidade de vida? Sim!!!

Imagem: Freepik

E mais…

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois.
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Dra. Olga Tessari

Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz; ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área; consultora empresarial, leva saúde emocional para as empresas; escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros; realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes

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