Dra. Elaine: o que é o TOC
● Palavra de especialista: entenda o que é o famoso transtorno
► Muitos já devem ter ouvido falar, mas, será que as pessoas sabem do que se trata o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido por sua abreviação, TOC?
O TOC é um transtorno comum, ao contrário do que se pensa, que acomete cerca de 2% a 3% da população mundial.
O TOC pode estar associado a fatores biológicos, envolvendo questões genéticas e neuroquímicas do cérebro, e psicológicos, como problemas para lidar com inseguranças e ansiedades.
A caracterização do transtorno baseia-se na ocorrência primária de obsessões e/ou compulsões.
As obsessões são constituídas por pensamentos, ideias, impulsos e imagens, vivenciados como intrusivos e incômodos e podem derivar em situações de palavras, medos, preocupações, memórias, imagens, músicas ou cenas, causando ansiedade ou mal-estar relevantes ao indivíduo.
Tudo isso toma tempo e interfere negativamente nas atividades e/ou relacionamentos dos indivíduos.
Mas, quais seriam alguns exemplos de TOC? As obsessões que levam ao TOC podem ser: preocupações com limpeza e higiene; com a simetria dos objetos posicionados na casa; com a autoimagem; obsessões sexuais; acumulação (acumuladores); repetições e verificações.
A compulsões são definidas como comportamentos ou atos mentais repetitivos, realizados para diminuir o incômodo ou a ansiedade causada pelas obsessões ou para evitar que uma situação temida venha a ocorrer.
Assim, enquanto as obsessões causam desconforto emocional, os rituais compulsivos (sempre excessivos, irracionais ou mágicos) tendem a levar a um alívio emocional, mas não são prazerosos.
Não há necessariamente piora progressiva, mas os rituais tendem a ficar mais sedimentados com o tempo.
Rituais secretos
A maioria das pessoas com TOC está ciente de que seus comportamentos compulsivos são excessivos, mas, têm dificuldades em mudá-los.
Por isso, elas geralmente realizam os rituais de maneira secreta, mesmo quando esses rituais consomem muitas horas do dia.
Os sintomas do TOC têm forte impacto sobre a dinâmica de familiares e cuidadores.
Muitas vezes os membros da família acabam se ajustando aos sintomas e às exigências do paciente e até mesmo apoiam a realização dos rituais e dos comportamentos compulsivos, envolvidos em um progressivo processo de acomodação familiar.
Os sintomas obsessivos compulsivos interferem nas rotinas diárias, na vida social e no lazer da família, que muitas vezes ficam completamente comprometidos.
A lentidão, a perda de tempo, bem como alguns casos, a dependência para a realização das atividades mais simples, como fazer uma refeição, tomar banho, escovar os dentes ou trocar de roupa, e, sobretudo, a imposição de regrar, provocam conflitos quase permanentes, discussões irritadas, raiva e ressentimento, comprometendo a harmonia e o ambiente familiar.
As pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo apresentam dificuldades nas relações interpessoais, principalmente nas que envolvem uma convivência mais íntima e constante.
Como diagnosticar
Para o diagnóstico do TOC é necessário que as obsessões e/ou as compulsões causem interferência ou limitação nas atividades da pessoa, que consumam tempo (ao menos uma hora por dia) e que causem sofrimento ou incômodo ao paciente ou a seus familiares.
O diagnóstico do TOC é clínico, não existindo nenhum exame laboratorial ou radiológico característico (patognomônico) da doença.
Diversos autores citam como consequências comuns do TOC a diminuição da autoestima e do bem-estar subjetivo e a interferência negativa na vida estudantil, profissional, familiar, afetiva e social.
Os tratamentos mais frequentes utilizados para o Transtorno Obsessivo Compulsivo são as abordagens medicamentosas que inibem a recaptação de serotonina e que atuam para reduzir a ansiedade, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) de exposição e prevenção de rituais.
O tratamento deverá ser decidido por profissionais especializados e adaptado conforme as necessidades do indivíduo e pode ser individual ou em grupo.
As vantagens do tratamento individual incluem a maior facilidade para adaptar a terapia aos sintomas e às condições pessoais de cada paciente.
Algumas pessoas não procuram ajuda por vergonha e se sentem angustiadas por realizar ações que não aparentam sentido.
Com isso, acabam, na grande maioria das vezes, se escondendo para realizar tais rituais para não demonstrarem e nem mesmo terem que explicar para os outros suas atitudes.
Por isso, é muito importante a busca de ajuda profissional.
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