Comportamento

Há tempo certo para maternar?

● Número crescente de mulheres reconhece sua própria autonomia

Mulheres estão descobrindo que a vida pode proporcionar outras experiências gratificantes além da maternidade

A mulher vem conquistando a cada década seu espaço em um mundo cada vez mais complexo. Atualmente, as mulheres exercem um papel fundamental para a economia mundial. Há tempo.

Além de atuarem em áreas historicamente masculinas, temos a ocupação de posições de poder, como cargos políticos e em empresas, com salários cada vez mais próximos aos dos homens. E a proteção contra a violência doméstica.

Aliada a essas mudanças há uma transformação também na visão que as mulheres têm de si mesmas: cada vez mais elas reconhecem sua própria autonomia e o poder de transformação da realidade.

O que se pode observar, especialmente no caso das mulheres das camadas médias e altas, é que, de geração para geração, vem diminuindo cada vez mais o número de filhos.

O que pode apontar para o fato de que um número crescente de mulheres está descobrindo que a vida pode proporcionar outras experiências emocionantes e gratificantes além da maternidade.

Essa consolidação da mulher no mercado de trabalho e a construção de uma carreira tem se tornado prioridade na vida da mulher pós-moderna. Diante disso, a maternidade tardia tem se tornado uma realidade mundial.

Alguns fatores importantes como: maior participação da mulher no mercado de trabalho, maior tempo de estudo e melhorias nos métodos anticoncepcionais têm contribuído para esse fenômeno.

Dentre outras causas que influenciam a decisão da maternidade, está o medo de que a criança nasça com alguma malformação ou síndromes, visto que tem aumentado o número desses casos.

No mais, para as algumas mulheres, surge o medo de gerar uma criança com a mesma doença neurológica crônica.

Outro fator que também contribui para essa decisão é a presença do animal de estimação em casa, pois todo o desejo, cuidado e zelo de um filho, são transferidos para o animal.

Movimento “childfree”

Assim, ter um bebê tardiamente é uma possibilidade cada vez mais plausível e que pode trazer benefícios para ambos, mãe e bebê. Por outro lado, optar por não ser mãe também faz parte da realidade atual, visto pelo movimento “childfree”.

Pois, a maternidade traz mudanças na vida da mulher, sejam no cotidiano, nos relacionamentos, no trabalho e até mesmo em termos de algumas características pessoais.

Antigamente, tornar-se mãe parecia inevitável, por outro lado, atualmente, evidenciam-se cada vez mais mulheres fazendo escolhas, priorizando outros fatores em detrimento da maternidade.

Atualmente, pela independência financeira, há a possibilidade de várias decisões que outrora eram mais difíceis: se quer se casar, com quem ter filhos, se quer ter filhos e em que momento, se quer optar por uma produção independente.

A família, geralmente, cria expectativas em torno da maternidade como algo maravilhoso que só traz alegrias, o que muitas vezes não se confirma.

Algumas mulheres não estão preparadas para enfrentar as dificuldades do período de gravidez e do pós-parto e para compreender o tempo de adaptação ao novo membro da família.

Tais situações podem provocar sentimento de frustração e culpa. Percebe-se, então, que outras possibilidades em relação à maternidade estão se abrindo para as mulheres.

Educar uma criança requer tempo, responsabilidades e outros conflitos que poderão existir, os quais muitas mulheres não estão dispostas a viver e cabe à família aceitar e conviver com a escolha das filhas de ser ou não ser mãe.

A importância da maternidade não está sendo negada, ao contrário, ela concede um importante lugar para as mulheres.

Mas apontar a maternidade como único meio para o destino feminino sugere um estreitamento no conjunto de opções, perante outras tantas possibilidades que ela pode vir a assumir.

Imagem: Zach Lucero / Unsplash

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Dra. Elaine Di Sarno

Psicóloga e Neuropsicóloga, mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), especialista em Terapia Cognitivo Comportamental

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