Gerações

A hipersexualização das meninas

● Forma física valorizada em detrimento das qualidades emocionais

Dicas importantes da especialista para o diálogo entre pais e filhas, num meio que instiga a sexualização e a erotização

A Associação Norte-Americana de Psicologia publicou em 2007 um documento denunciando a tendência de hipersexualização das meninas. O documento mostrava que isso pode envolver jogos de videogames, roupas, brinquedos, programas de TV.

A erotização vem por meio de modelos que o mercado impõe valorizando a forma física em detrimento das qualidades emocionais, pessoais e profissionais, instigando, precocemente, a sexualização e a erotização.

Desde então, a questão vem tomando outras proporções – maiores ainda – e tem sido observada em todas as classes sociais.

Historicamente, a sexualidade feminina é produzida pela dicotomia moral pureza/impureza, forjada entre o ter ou não vergonha, respeito e sensatez.

Atualmente, os meios de comunicação, contemplando vídeos, publicidade em geral, caminham juntos na tentativa de reforçar modelos de feminilidade que separam as mulheres entre as “recatadas” e as “vadias”.

Mas todas disponíveis para os homens, independentemente do grupo a que possam pertencer.

A figura feminina hipersexualizada refere-se a alguém cujo poder já não deriva de uma suposta inocência ou virtude, mas de seu capital físico, suas habilidades sexuais e maior subjetividade sexual.

Diante de todo esse contexto, o senso crítico e o desenvolvimento das meninas ficam prejudicados, impossibilitando que elas vivenciem todas as fases do seu desenvolvimento.

Na infância, a erotização dos corpos infantis compromete a formação identitária das crianças e coloca em risco até mesmo sua segurança.

Objetos usados em mulheres adultas (roupas, acessórios etc.) acabam trabalhando com o imaginário e, consequentemente, com o psicológico dos pequenos.

Costumes tidos como normais

A criança passa a considerar tais costumes como normais e, ao longo do tempo, essa atitude irá levá-la a supor que pode portar-se como uma adulta.

Durante a adolescência, a imagem corporal ou esquema corporal é a representação mental do próprio corpo, o modo como ele é percebido pelo indivíduo.

Compreende não só o que é percebido pelos sentidos, mas também ideias e sentimentos referentes ao próprio corpo, e ainda tem que lidar com novos desafios, trazidos pela globalização e forte influência dos meios de comunicação nos comportamentos humanos.

Daí elas se deparam com os modelos de beleza e com a extrema valorização da aparência veiculada pelos meios de comunicação.

É na adolescência também que os impulsos corporais, eróticos e emoções são explorados e experimentados.

Na dinâmica da hipersexualização fica evidente o risco de perderem o contato com seus próprios desejos corporais, tornando-se potenciais objetos usados por outros em suas próprias experiências.

O reconhecimento da menina como “poderosa” aponta uma sequência lógica na qual quanto mais se é desejada pelos garotos, maiores são o seu status e o sucesso pessoal.

Os pais e/ou responsáveis devem educar, cuidar, dar limites e evitar a exposição online e presencial dos filhos no sentido de evitar o risco de desenvolvimento de transtornos.

Sejam eles transtornos de ansiedade ou depressão, ou até doenças sexualmente transmissíveis, visto que do online há o caminho para o presencial, principalmente no final da adolescência.

O diálogo deve começar desde muito cedo e é fundamental. A linguagem deve ser sempre objetiva, simples, adequada conforme o grau de maturidade da criança.

Referências:
Associação Norte-Americana de Psicologia (APA): https://www.apa.org/
Relatório da Força-Tarefa da APA: https://www.apa.org/pi/women/programs/girls/report
Imagem: Netflix/Divulgação/filme Mignonnes

E mais…

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Dra. Elaine Di Sarno

Psicóloga e Neuropsicóloga, mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), especialista em Terapia Cognitivo Comportamental

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