Comportamento

Dra. Olga: discriminação do idoso

● Preconceito e falta de respeito continuam sendo frequentes

O idoso acaba se isolando, o que diminui a autoestima e dá uma sensação de desamparo, de menos valia e de depressão

O mundo está mudando, mas muitas coisas continuam iguais!  Se até há pouco tempo a expectativa de vida girava em torno dos 50 anos, hoje em dia ultrapassa os 80 anos, mas o preconceito e a discriminação em relação ao idoso ainda continuam.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019 a expectativa de vida do brasileiro era de 76,6 anos de idade e hoje em dia é muito comum vermos idosos saudáveis beirando os 100 anos de vida, bem diferente da longevidade que havia em 1945, quando a expectativa de vida era em torno dos 45,5 anos.

Uma pesquisa realizada pelo Jornal Folha de São Paulo (2017) revela que os idosos possuem muitos valores positivos por serem mais tolerantes, carinhosos e corajosos, o que foi relatado nessa pesquisa pela maioria dos brasileiros.

Além disso, os idosos são vistos como mais produtivos, responsáveis, educados, atenciosos, dedicados, éticos e preparados para o trabalho, politizados, honestos e solidários.

E, se os idosos são vistos dessa maneira pela maioria dos brasileiros, o que leva à discriminação do idoso?

O que constatamos na realidade do dia a dia é que o preconceito em relação às pessoas idosas persiste, tanto que ainda é difícil um idoso conseguir uma vaga de emprego, mesmo que tenha boa saúde, conhecimento, experiência e disposição para o trabalho.

Ou ser respeitado pelo fato de ser idoso, mesmo havendo um Estatuto do Idoso que regula os interesses e traz garantias para as pessoas idosas.

Falta de respeito

Esta lei está vigente desde o ano de 2004 (Lei nº 10.741/2003) e é um importante instrumento de cidadania e proteção às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que já contribuíram muito para com a sociedade.

Podemos tomar como exemplo a conquista dos idosos de uma vaga exclusiva de estacionamento reservada para eles em muitos locais e que é constantemente ocupada por pessoas mais jovens que, ao serem indagadas, ainda reclamam que “lugar de velho é no asilo”.

É até difícil estacionar na vaga reservada ao idoso em muitos locais e, se o idoso reclama, sempre é tratado com desdém.

O mesmo ocorre com os bancos destinados aos idosos no transporte público, que já nem pleiteiam mais o seu lugar reservado com receio de serem maltratados ou desrespeitados, lugar que constantemente é ocupado por outras pessoas.

A principal queixa das pessoas mais velhas é a falta de respeito através de apelidos, deboche e xingamentos. O idoso também vem perdendo seu status de experiente diante das novas tecnologias, o que pode ter colaborado para o desrespeito.

Além disso, ele sofre com a discriminação por ter perdido a vitalidade da juventude, algo tão valorizado em nossa sociedade atual, com o florescimento de procedimentos estéticos para remover as marcas do tempo, como se não fosse permitido envelhecer.

Os idosos sofrem com a não aceitação, desprezo, falta de respeito, agressões e humilhações — simplesmente pelo fato de terem envelhecido. Até parece que ser velho é errado na sociedade atual!

Começar dentro de casa

Segundo a Organização Mundial de Saúde e outras agências da ONU, os estereótipos, percepções negativas e outras formas de discriminação do idoso colaboram para o seu isolamento social, o que acaba agravando a sua saúde, uma vez que somos seres sociais e precisamos conviver com as outras pessoas em diferentes grupos sociais, seja no clube, numa atividade voluntária, em excursões, em bailes etc.

E o idoso acaba se isolando para evitar ainda mais preconceitos, desprezo, agressões e humilhações, o que colabora para a diminuição da sua autoestima, a uma sensação de desamparo e de menos valia, culminando na depressão.

Mas o que a pessoa idosa pode fazer para ser respeitada, ter valor e ser aceita pelos outros a sua volta? Sabemos que respeito é algo que se conquista! E a conquista do respeito ao idoso deve começar dentro de casa, com sua família, no seu entorno, nos locais que o idoso costuma frequentar no seu dia a dia!

E o que o idoso pode fazer para ser respeitado? Respeitar a si mesmo em primeiro lugar, estar aberto para aprender sempre, reconhecer seus limites, melhorar sua autoestima e entender que só mudamos o comportamento da sociedade com ações, não apenas com reclamações.

Então é hora dos idosos se fazerem respeitar, lutando pelos seus direitos, exigindo políticas públicas que valorizem essa fase da vida. Afinal, foi-se o tempo em que o Brasil era o país dos jovens.

O Brasil está envelhecendo dia a dia e com idosos saudáveis e prontos para colaborarem com suas experiências de vida, de acordo com as limitações dessa fase, para termos um país melhor para as pessoas de todas as idades!

Imagem: Divulgação

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Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Pois. Então. Discriminação.
É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É. Oi. É.
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Dra. Olga Tessari

Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz; ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área; consultora empresarial, leva saúde emocional para as empresas; escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros; realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes

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